O trabalho de Mendel permaneceu ignorado pela comunidade científica por mais de trinta anos. É tão comum que trabalhos científicos não sejam imediatamente reconhecidos pela comunidade científica, que esse é um fato muito discutido em Filosofia e História da Ciência.
Para alguns, isso ocorreu porque as descobertas de Mendel foram ofuscadas pela polê- mica acerca do livro A origem das espécies, de Charles Darwin. Outros acham que os agrônomos da época estavam mais interessados em resultados práticos e na formação de híbridos entre espécies do que nas generalizações estatísticas de Mendel. E talvez os cientistas ainda não estivessem preparados para o uso da Estatística como Mendel fez.
O que é certo é que as descobertas em Citologia que dariam uma evidência física para a hereditariedade só ocorreram entre 1882 e 1903, e o trabalho de Mendel foi publicado em 1866.
Mendel tentou verificar se suas leis se aplicavam a uma planta do gênero Hieracium, mas os resultados foram contrários aos esperados, já que essa planta se reproduz assexuadamente, a partir de um tecido diploide no ovário.
Além disso, Mendel não explicou a transmissão de características com variação contínua, como a altura de indivíduos ou o peso das sementes de plantas. Somente depois da redescoberta de seus trabalhos é que outros cientistas mostraram como as leis de Mendel podiam ser aplicadas a esses casos.
Fontes de pesquisa: HENIG, R. M. O monge no jardim: o gênio esquecido e redescoberto de Gregor Mendel, o pai da Genética. Rio de Janeiro: Rocco, 2001; JANICK, J. Gregor Mendel. In: JANICK, J. (Ed.). Classic Papers in Horticultural Science. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1989. p. 406-416.
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