PESQUISAR ESTE BLOG

sábado, 30 de abril de 2022

Pós-doutorado em biologia mitocondrial na Unesp

Agência FAPESP – Uma vaga de pós-doutorado está disponível para o projeto Modulação do crescimento tecidual e acúmulo de biomassa pela oxidase alternativa mitocondrial, conduzido na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (FCAV-Unesp), em Jaboticabal. Inscrições podem ser feitas até sábado (30/04).

O Laboratório de Biologia Mitocondrial da FCAV-Unesp investiga vários aspectos da biologia da mitocôndria, incluindo os mecanismos de regulação da fosforilação oxidativa e de manutenção do DNA mitocondrial. O grupo modela e estuda as condições disfuncionais humanas em moscas Drosophila melanogaster, um dos organismos-modelo mais versáteis para as ciências da vida. O principal objetivo é demonstrar o potencial da oxidase alternativa mitocondrial (AOX) em controlar a proliferação tecidual, estabelecendo a larva de drosófila como modelo para a compreensão do metabolismo do câncer.

Candidato deve ter doutorado em alguma área das ciências biológicas ou biomédicas, experiência com drosófilas e conhecimentos em biologia molecular, celular, genética e bioquímica (imagem: Pixabay)

Candidatos devem ter doutorado em alguma área das ciências biológicas ou biomédicas, produção científica compatível, domínio da língua inglesa, conhecimento em biologia molecular, celular, genética e bioquímica (incluindo técnicas de microscopia de fluorescência, western blot, qPCR e outras relacionadas) e experiência com D. melanogaster.

Para se inscrever é preciso enviar carta de interesse, súmula curricular da FAPESP, cópia do diploma de doutorado (ou comprovante de conclusão) e duas cartas de recomendação para o professor Marcos Túlio de Oliveira ( marcos.t.oliveira@unesp.br).

Mais informações sobre a vaga em: 

As oportunidades de pós-doutorado estão abertas a brasileiros e estrangeiros. Os selecionados receberão Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 8.479,07 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.

Caso os bolsistas de PD residam em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precisem se mudar, poderão ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em 

Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em 

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Mestrado em Biologia Celular da UFU abre processo seletivo com 5 bolsas disponíveis

O Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural Aplicadas (PPGBC), do Instituto de Ciências Biomédicas (ICBIM), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), disponibiliza o EDITAL nº 001/2022 do processo seletivo para ingresso no mestrado em Biologia Celular da UFU.

As inscrições da primeira chamada vão de 20 de junho a 1º de julho de 2022 e podem ser feitas por candidatos de todo o Brasil e exterior. O Programa de Biologia Celular tem 5 bolsas de mestrado disponíveis para distribuição aos aprovados no processo seletivo.

Aos interessados que não residem em Uberlândia, as provas poderão ser realizadas fora da sede da UFU, mediante solicitação, conforme definido no edital. A primeira fase será realizada no dia 11 de julho.

Mais informações estão disponíveis no portal do PPGBC/UFU.

domingo, 24 de abril de 2022

Questão de Física - UNIFESP 2005 - O coeficiente de atrito e o índice de refração são grandezas adimensionais, ou seja, são valores numéricos sem unidade.

UNIFESP 2005 - O coeficiente de atrito e o índice de refração são grandezas adimensionais, ou seja, são valores numéricos sem unidade. Isso acontece porque 
a) são definidos pela razão entre grandezas de mesma dimensão. 
b) não se atribuem unidades a constantes físicas. 
c) são definidos pela razão entre grandezas vetoriais. 
d) são definidos pelo produto de grandezas de mesma dimensão. 
e) são definidos pelo produto de grandezas vetoriais.

RESPOSTA:
Letra A.

O coeficiente de atrito é dado pela razão entre as intensidades de duas forças. O índice de refração é dado pela razão entre os módulos de duas velocidades.

Questão de Biologia - UNIFESP 2005 - Um pesquisador precisa obter células-tronco para iniciar experimentos em terapia gênica.

UNIFESP 2005 - Um pesquisador precisa obter células-tronco para iniciar experimentos em terapia gênica. Aponte a alternativa que relaciona o procedimento e a justificativa corretos para que tal pesquisador tenha sucesso. 
a) Obter células-tronco de embriões em fase de gástrula em vez de obtê-las da blástula, quando ainda não é possível conseguir células tão indiferenciadas. 
b) Trabalhar apenas com embriões em vez de organismos adultos, uma vez que em adultos não existem células-tronco. 
c) Conseguir células germinativas do ovário de uma fêmea adulta pois, ali, elas estão menos diferenciadas do que as células germinativas nos testículos de um macho adulto. 
d) Optar pela obtenção das células do cordão umbilical de recém-nascidos em vez de obtê-las da fase de gástrula, já que no cordão a diferenciação é menor e o número de células, maior. 
e) Obter células do embrião em fase de blástula, quando a indiferenciação é maior, em vez de obtê-las da gástrula ou do cordão umbilical, quando as células já estão mais diferenciadas

RESPOSTA:
Letra E.

Na fase de blástula ocorrem as chamadas células-tronco, indiferenciadas e totipotentes. Estas células poderão dar origem a diferentes tecidos.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Questão de Biologia - U.F. Juiz de Fora -MG - A fazenda Canto do Sabiá produz alevinos (formas jovens) de alguns peixes de alto

U.F. Juiz de Fora -MG  - A fazenda Canto do Sabiá produz alevinos (formas jovens) de alguns peixes de alto valor comercial. Além dessa atividade, a fazenda tem também gado leiteiro. Os alevinos são vendidos para muitos piscicultores da Zona da Mata Mineira. Os administradores da fazenda resolveram contratar um ecólogo para elaborar e implementar uma estratégia, visando à redução dos altos custos inerentes aos gastos com alimentos para os alevinos. O ecólogo utilizou a seguinte estratégia: adição de excrementos de gado, abundantes na fazenda, aos tanques-berçário de alevinos, em quantidade adequada ao volume de água. Os tanques-berçário foram, ainda, adaptados de forma a manter temperatura adequada e receber luz solar. O ecólogo teve sucesso com sua ideia. Os administradores da fazenda estão satisfeitos com o plano e conseguiram aumentar tanto a produção de alevinos como o lucro proveniente da comercialização destes.

Explique, sob o ponto de vista ecológico, o sucesso da estratégia adotada.

RESPOSTA:
A decomposição de excrementos gera nutrientes minerais que, em conjunto com a temperatura adequada e fornecimento de luz, promovem o crescimento e a reprodução de algas. O sucesso da estratégia adotada baseou-se na cadeia alimentar. As algas servem de alimento para o zooplâncton, que, em consequência, têm produção aumentada. Os alevinos, por sua vez, se alimentam tanto de algas como de zooplâncton, o que justifica o aumento da sua produção a baixos custos.

Questão de Biologia - UFPB - No texto a seguir, estão em negrito termos correspondentes aos diferentes NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO

UFPB - No texto a seguir, estão em negrito termos correspondentes aos diferentes NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO utilizados em biologia. Todos os indivíduos da mesma espécie animal que estavam vivendo na região ficaram ameaçados por diferentes bactérias que eram capazes de romper a barreira imposta pela pele, causando sérios danos aos organismos. Nesses casos a ação dos macrófagos conduzidos pelo sangue até o local da inflamação foi de suma importância. De acordo com a ordem em que esses termos aparecem no texto, os NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO utilizados são: 
a) comunidade – organismo – tecido – tecido – sistema; 
b) comunidade – célula – tecido – tecido – célula; 
c) população – organismo – órgão – célula – tecido; 
d) população – célula –tecido –célula –tecido; 
e) comunidade – organismo – órgão – célula – sistema.

RESPOSTA:
Letra C.

Questão de Biologia - FUVEST-SP - Qual das alternativas distingue organismos heterotróficos de organismos autotróficos?

FUVEST-SP  - Qual das alternativas distingue organismos heterotróficos de organismos autotróficos? 
a) Somente organismos heterotróficos necessitam de substâncias químicas do ambiente. 
b) Somente organismos heterotróficos fazem respiração celular. 
c) Somente organismos heterotróficos possuem mitocôndrias. 
d) Somente organismos autotróficos podem viver com nutrientes inteiramente inorgânicos. 
e) Somente organismos autotróficos não requerem gás oxigênio.

RESPOSTA:
Letra A.

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Questão de Biologia - UFSCAR 2007 - Um funcionário trabalhou vários anos em uma indústria química.

UFSCAR 2007 - Um funcionário trabalhou vários anos em uma indústria química. Durante esse período, teve dois filhos: um menino que apresenta uma grave doença causada por um gene situado no cromossomo X e uma menina que não apresenta a doença. O funcionário quis processar a indústria por responsabilidades na doença de seu filho, mas o médico da empresa afirmou que a acusação não era pertinente. 
a) Por que o médico afirmou que a acusação não era pertinente?
b) O alelo causador da doença é dominante ou recessivo? Justifique. 

RESPOSTA:
a) Porque a doença é causada por um gene ligado ao sexo, ou seja, situado no cromossomo sexual X. 
b) O alelo é recessivo e originado da mãe que é heterozigota.

Questão de Biologia - UFSCAR 2007 - Assim como uma receita de bolo é composta de diversas instruções, o genoma

UFSCAR 2007 - Assim como uma receita de bolo é composta de diversas instruções, o genoma também é composto de milhares de comandos, que chamamos genes. Aliás, cada ser vivo tem sua própria receita, seu próprio genoma.... Cada um de nossos genes, composto por uma seqüência específica de DNA, é uma instrução dessa receita. Entretanto, podem existir “versões” diferentes para cada gene, formas diferentes de uma mesma instrução... (Lygia da Veiga Pereira, Sequenciaram o genoma humano...E agora? 2001. Adaptado) 

a) Através de qual processo se originam as “versões” diferentes de cada gene a que se refere a autora? 
b) No texto, a palavra sublinhada genoma poderia ser substituída por código genético? Justifique. 

RESPOSTA:
a) O processo que origina as versões diferentes de um gene, designadas por alelos, é a mutação gênica, uma alteração na seqüência de bases do DNA. 
b) Não. Genoma é o seqüenciamento completo do DNA de um organismo. Código genético é o conjunto de códons, isto é, seqüência de 3 bases que codificam os tipos de aminoácidos.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Questão de Biologia - UFSCAR 2007 - Os répteis possivelmente surgiram no final do período Carbonífero, a partir de um grupo de anfíbios

UFSCAR/2007 - Os répteis possivelmente surgiram no final do período Carbonífero, a partir de um grupo de anfíbios, e tiveram grande diversificação na era Mesozóica. Com o surgimento da fecundação interna e do ovo adaptado ao ambiente terrestre, os répteis superaram a dependência da água para a reprodução. 
a) Por que a fecundação interna e o ovo adaptado ao ambiente terrestre tornaram a reprodução dos répteis independente da água?
b) Quais adaptações ocorreram nos embriões dos répteis com relação à alimentação e excreção?

RESPOSTA:
a) Na fecundação interna, os espermatozóides são colocados diretamente no órgão genital da fêmea, fato que elimina a necessidade de água. O ovo contendo casca calcária, âmnion, córion e alantóide, permite a sobrevivência do embrião fora do ambiente aquático.

b) Em relação à alimentação, estes animais apresentam ovo telolécito ou megalécito e em relação à excreção, o ovo apresenta o alantóide, estrutura relacionada a trocas gasosas, eliminação de excretas e retirada de cálcio da casca.

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Problemas legais e éticos nos testes genéticos

Nos Estados Unidos são realizados cerca de 4 milhões de testes genéticos por ano, que ajudam a diagnosticar e a tratar doenças como a anemia falciforme, a fenilcetonúria e as doenças da glândula tireóidea desde o nascimento.

Em alguns casos, os testes indicam apenas uma predisposição a certas doenças, como o câncer de mama.

Nesses casos, os indivíduos herdam genes que aumentam a propensão para a doença, mas isso não quer dizer que ela obrigatoriamente se desenvolverá. Sabendo dessa predisposição, a pessoa poderia evitar os fatores ambientais que causam a doença, adotar hábitos que minimizam seus efeito ou tomar medicamentos preventivos.

Por exemplo, um indivíduo propenso a ter câncer de pulmão não deveria se expor a fatores cancerígenos, como o cigarro, e poderia fazer exames periódicos para diagnosticar precocemente a doença, se ela aparecesse.

Mas e quando o teste indica uma doença séria que poderá se desenvolver no futuro e para a qual ainda não há prevenção nem tratamento? Será que a pessoa deve saber que terá a doença? Essa é uma escolha individual difícil, será que todos estariam preparados para saber disso?

Empresas teriam o direito de realizar testes em seus funcionários ou em candidatos a um emprego para procurar doenças que poderão desenvolver-se no futuro? Companhias de seguro poderiam fazer testes para aprovar ou rejeitar pedidos de seguro saúde? Nos Estados Unidos uma empresa foi proibida de realizar exames de sangue nos funcionários, pois estava fazendo testes para ver se eles possuíam tendências a certas doenças musculares.

Fonte: Biologia Hoje.

Genes e comportamento

Não é correto dizer que os genes determinam um comportamento: eles podem representar, em certos casos, uma entre outras influências, agindo sempre em interação com o ambiente e a cultura. Os genes, portanto, poderiam conferir, juntamente com outros fatores, apenas um potencial para certos comportamentos.

Se podemos afirmar que no caso de características físicas, como a altura, por exemplo, o grau de influência dos genes pode chegar a 90%, em características de personalidade, a interferência genética é muito mais difícil de ser avaliada. Nesse caso, o ambiente, sob a forma de estímulos externos, ou o próprio esforço da pessoa pode mudar bastante o resultado final. Isso acontece porque temos uma grande capacidade de aprender e de mudar nosso comportamento de acordo com as experiências pelas quais passamos ao longo da vida.

Além disso, o fato de uma característica ser influenciada geneticamente não significa que ela seja, por isso, boa ou má, ou que não possa ser mudada. Suponhamos, por exemplo, que houvesse tendência genética para agir agressivamente com pessoas estranhas e que essa tendência tivesse sido vantajosa para a sobrevivência da espécie nas sociedades pré-históricas. Isso não quer dizer que ela deva ser mantida nem que não possa ser modificada.

Em resumo, o máximo que se pode dizer é que os genes são capazes de influenciar certos comportamentos, mas não de determiná-los. O comportamento humano depende de uma série de fatores culturais e sociais, como indicam os estudos em Psicologia e Sociologia. Esses estudos nos ajudam também a promover a cooperação e outros comportamentos necessários para uma vida harmoniosa em sociedade. Respeitar e valorizar as diferenças entre as pessoa é fundamental para construir uma sociedade mais justa. Cabe a todos nós combater a violência e a intolerância baseadas na discriminação.

Fonte: Biologia Hoje.

A descoberta das enzimas de restrição

Na década de 1960, os cientistas perceberam que recombinações do DNA ocorriam naturalmente no organismo, em alguns casos específicos, como quando rupturas no DNA por radiação ultravioleta eram reparadas. Começava então uma busca pela enzima capaz de promover esse “conserto”.

Em 1967, o pesquisador de origem tcheca Martin Gellert (1929-) e outros três grupos de pesquisadores, independentemente, purificaram a enzima DNA-ligase.

Em 1968, o microbiologista suíço Werner Arber (1929-), o químico estadunidense Daniel Nathans (1928-1999) e o médico estadunidense Hamilton Smith (1931-) descobriram as enzimas de restrição.

Em 1973, os estadunidenses Stanley Cohen (1935-) e Herbert Boyer (1936-) tentavam compreender como os plasmídeos podiam tornar as bactérias resistentes a antibióticos. Em conjunto com outros pesquisadores, eles usam a enzima de restrição EcoRI para cortar o DNA de dois plasmídeos, cada um capaz de conferir resistência a um antibiótico. Após unir os plasmídeos a outro DNA, com auxílio da DNA-ligase, introduzem a nova molécula na bactéria Escherichia coli e conseguem, com isso, uma bactéria resistente aos dois antibióticos.

Estava aberta a porta para as pesquisas com DNA recombinante e para a produção da primeira proteína humana produzida por essa técnica, a insulina, em 1973. Em 1974, camundongos transgênicos foram produzidos e em 1994 começava a comercialização dos alimentos transgênicos.

Fonte: Biologia Hoje.

Por que o trabalho de Mendel foi ignorado?

O trabalho de Mendel permaneceu ignorado pela comunidade científica por mais de trinta anos. É tão comum que trabalhos científicos não sejam imediatamente reconhecidos pela comunidade científica, que esse é um fato muito discutido em Filosofia e História da Ciência.

Para alguns, isso ocorreu porque as descobertas de Mendel foram ofuscadas pela polê- mica acerca do livro A origem das espécies, de Charles Darwin. Outros acham que os agrônomos da época estavam mais interessados em resultados práticos e na formação de híbridos entre espécies do que nas generalizações estatísticas de Mendel. E talvez os cientistas ainda não estivessem preparados para o uso da Estatística como Mendel fez.

O que é certo é que as descobertas em Citologia que dariam uma evidência física para a hereditariedade só ocorreram entre 1882 e 1903, e o trabalho de Mendel foi publicado em 1866.

Mendel tentou verificar se suas leis se aplicavam a uma planta do gênero Hieracium, mas os resultados foram contrários aos esperados, já que essa planta se reproduz assexuadamente, a partir de um tecido diploide no ovário.

Além disso, Mendel não explicou a transmissão de características com variação contínua, como a altura de indivíduos ou o peso das sementes de plantas. Somente depois da redescoberta de seus trabalhos é que outros cientistas mostraram como as leis de Mendel podiam ser aplicadas a esses casos.

Fontes de pesquisa: HENIG, R. M. O monge no jardim: o gênio esquecido e redescoberto de Gregor Mendel, o pai da Genética. Rio de Janeiro: Rocco, 2001; JANICK, J. Gregor Mendel. In: JANICK, J. (Ed.). Classic Papers in Horticultural Science. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1989. p. 406-416.

Caracteres hereditários e congênitos

A cor dos olhos, o tipo de nariz e algumas outras características do indivíduo resultam, principalmente, da influência dos genes e são transmitidas dos pais para os filhos. Por isso são chamadas hereditárias.

Algumas doenças, como o câncer, surgem por causa de alterações genéticas; são doenças genéticas. Em alguns casos, essas alterações podem ser herdadas, o que faz com que a pessoa tenha uma predisposição à doença. Em outros, elas aparecem ao longo da vida por causa de fatores mutagênicos que atingem células somáticas (radiações, certos produtos químicos, etc.). Nem toda doença genética, portanto, é hereditária.

Um caráter é congênito quando está presente por ocasião do nascimento – independentemente de sua causa ser genética ou ambiental. Por exemplo, se uma mulher adquirir rubéola durante a gravidez, o vírus pode atingir o embrião e provocar surdez na criança. Mas a surdez pode ser causada também por alterações em um gene que é transmitido dos pais para os filhos. Nesse caso, trata-se de uma surdez hereditária.

Podemos dizer, então, que a surdez provocada pelo ambiente (infecção) está copiando um tipo de caráter que, em outros indivíduos, é consequência de um gene. Assim, a surdez causada pela rubéola é classificada pelos geneticistas como uma fenocópia (fenótipo copiado).

Fonte: Biologia Hoje.

Aconselhamento genético

A avaliação dos riscos de um casal dar origem a um bebê com um problema genético é realizada por um médico geneticista, que também pode informar sobre a evolução, o tratamento e as opções para lidar com o problema. Esse profissional pode analisar o histórico familiar relacionado à doença e solicitar diversos exames, até mesmo exames de cromossomos e testes genéticos.

Um exemplo de caso que merece atenção no aconselhamento genético é o dos casamentos consanguíneos (casamento entre pessoas da mesma família). Suponha que um alelo recessivo a, raro na população, determine alguma doença. Poucas pessoas serão portadoras desse alelo, isto é, poucas pessoas terão genótipo Aa. Se esse indivíduo se unir a uma pessoa de outra família, esta pessoa, muito provavelmente, será AA, pois o alelo a, sendo raro, é encontrado em poucas famílias. Dessa união (Aa com AA) nascerão filhos sem o problema (AA ou Aa). Mas, se o indivíduo Aa se unir a um parente, a probabilidade de esse parente também ser Aa é maior do que no caso anterior, pois o alelo a está presente nessa família. A união de Aa com Aa terá probabilidade de 1/4 (25%) de filhos aa, portadores da doença.

Muitas vezes os genes apenas aumentam o risco da doença e a pessoa só precisa tomar certas precauções. Por exemplo, mulheres com propensão ao câncer de mama devem realizar exames periódicos com mais frequência.

A identificação de vários genes permitiu desenvolver testes genéticos para a detecção precoce de algumas doenças. Para as doenças tratáveis, esses testes são, sem dúvida, muito importantes. Outras vezes, porém, o teste acusa uma doença genética fatal, que ainda não tem cura e que só se manifesta após certa idade, como é o caso da doença de Huntington. Nessas situações, a decisão de realizar o teste pode ser muito difícil. Há ainda o problema de garantir a privacidade da pessoa e impedir que empresas discriminem candidatos a vagas por terem propensão a determinadas doenças. Os testes genéticos envolvem, portanto, aspectos sociais, jurídicos e éticos e devem ser discutidos por toda a sociedade.

Fonte: Biologia Hoje.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Questão de Biologia - UECE 2018.1 - No período reprodutivo das samambaias, formam-se pontinhos escuros, na superfície inferior das folhas,

No período reprodutivo das samambaias, formam-se pontinhos escuros, na superfície inferior das folhas, denominados soros. Esses soros são formados para a produção de 
A) esporos, pelos esporângios. 
B) anterozoides, pelos arquegônios. 
C) oosferas, pelos esporângios. 
D) esporos, pelos anterídios.

RESPOSTA:
Letra A.

Soros são estruturas presentes na superfície inferior das folhas de samambaias. São formados por células diplóides (2N) que, em conjunto, formam esporângios. Os esporângios apresentam células denominadas esporócitos que sofrerão meiose para formação de esporos (N).

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Síndrome mão-pé-boca (HFMD)

A síndrome mão-pé-boca é uma doença altamente contagiosa. É mais frequente em crianças de menos de cinco anos de idade, embora possa afetar adultos. Tem esse nome justamente porque as lesões que acarreta localizam-se nos pés, mãos e interior da garganta. Em nosso meio o agente etiológico mais frequente é o Coxsackievirus A16. Geralmente tem evolução autolimitada.

Transmissibilidade 
  • Os vírus que causam a doença podem ser encontrados em uma pessoa infectada: 
  • Secreções do nariz e garganta (como saliva, expectoração ou muco nasal). 
  • Fluido da bolha 
  • Fezes: como trocar fraldas de uma pessoa infectada, não lavar as mãos após uso do banheiro. 
  • Objetos e superfícies contaminados: como tocar nestes antes de lavar as mãos. 

A transmissão se dá pela via oral ou fecal, através do contato direto com secreções de via respiratória (saliva), feridas que se formam nas mãos e pés e pelo contato cm as fezes de pessoas infectadas ou então através de alimentos e de objetos contaminados. 

Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas.

Sinais e Sintomas:



O período de incubação é de 4 a 6 dias. 

Geralmente a doença inicia-se com febre (38°C a 38°C). Apesar de pouco frequente podem ocorrer casos sem febre. Um a dois dias após surgem aftas dolorosas e gânglios aumentados no pescoço. A seguir, surge nos pés e nas mãos suma infecção moderada sob a forma de pequenas bolhas não pruriginosas e não dolorosas, de cor acinzentada com base avermelhada. Essas lesões podem aparecer também na área da fralda (coxas e nádegas) e eventualmente podem coçar. Em geral, regridem juntamente com a febre, entre 5 e 7 dias, mas as bolhas na boca podem permanecer até quatro semanas. É comum que a criança também sofra de dores de cabeça e acentuada inapetência. 

Um a dois dias após o início da febre surge lesões característica na boca (Herpangina), geralmente começam como pequenas manchas vermelhas, que podem A maioria dos casos da SMPB ocorrem de forma benigna e autolimitada e as lesões regridem espontaneamente e sem cicatrizes.

Complicações: 
Nas crianças a desidratação é a complicação mais frequente em virtude da febre e da ingesta inadequada de líquidos, devido a dor para engolir. 

Outras complicações podem ocorrer, mas são raras, como meningite viral ou "asséptica", encefalite e ou encefalomielite e Paralisia Flácida Aguda. 

Diagnóstico: 
O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas, localização e aparência das lesões. Em alguns casos, os exames de fezes e a sorologia podem ajudar a identificar o tipo de vírus causador da infecção. 

Tratamento:
Não há tratamento específico, este deve ser sintomático. 

Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é sintomático com antitérmicos e analgésico. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.

Prevenção:
Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. 

É importante adotar medidas de prevenção e interrupção da cadeia de transmissão como:
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente ao lidar com a criança doente, principalmente depois de trocar fraldas.
  • Limpar e desinfetar superfícies tocadas com frequência e itens sujos, incluindo brinquedos. 
  • Evitar contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar utensílios com pessoas com problemas de mãos, pés e boca. 

Recomendações:
  • Nem sempre a infecção pelo vírus Coxsackie provoca todos os sintomas clássicos da síndrome. Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas; em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes; 
  • Deve-se evitar a Ingestão de alimentos ácidos, muito quentes e condimentados. Dê preferência a alimentos pastosos; 
  • Crianças devem ficar em casa, sem ir à escola, enquanto durar a infecção;

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

A avaliação das teorias científicas

A avaliação das teorias científicas Para muitos autores, vários fatores devem ser levados em conta nessa avaliação, como a capacidade que uma teoria tem de explicar fatos ou leis diferentes daqueles para os quais foi construída; de permitir a dedução de novas previsões que possam ser testadas em experimentos; de unificar fenômenos que, aparentemente, não tinham relação entre si; de orientar a pesquisa científica de forma produtiva; de resolver o maior número possível de problemas (teóricos e experimentais); etc. Essas características nem sempre são suficientes para levar a uma decisão unânime por parte da comunidade científica e, por isso, vários filósofos defendem a concepção de que fatores psicológicos e sociais também influenciam a avaliação das teorias.

O filósofo Thomas Kuhn (1922-1996) faz uso do conceito de paradigma para explicar as mudanças em que teorias científicas bem abrangentes são substituídas por outras. Em sentido amplo, um paradigma é formado por uma teoria, pelo método de pesquisa e por ideias filosóficas dominantes no momento. Uma parte importante do paradigma são novas descobertas e realizações, como as três leis de Newton e as equações de Maxwell para o Eletromagnetismo, e o modo como elas são usadas para resolver problemas específicos. A aplicação dessas teorias na solução de problemas importantes em conjunto com as novas técnicas experimentais e matemáticas são chamadas de exemplares ou de paradigmas, no sentido estrito do termo. Os exemplares orientam o trabalho dos cientistas, sugerindo um novo modo de investigar o mundo, e são fundamentais também para a aprendizagem dos estudantes.

O paradigma determina para os pesquisadores que tipo de leis são válidas; que tipo de questões devem ser levantadas e investigadas; que tipo de soluções devem ser propostas; que métodos de pesquisa devem ser usados; e que tipo de constituintes formam o mundo (átomos, oxigênio, flogisto, etc.).

Kuhn indica cinco “valores” importantes para a avaliação de teorias ou paradigmas: exatidão (previsões exatas, concordando com os resultados experimentais); consistência (uma teoria sem contradições internas); alcance (capacidade de explicar um amplo número de fatos); simplicidade (capacidade de unificar fenômenos); fecundidade (capacidade de sugerir novas descobertas e orientar a pesquisa científica).

Para Kuhn, os valores mencionados acima não são suficientes para forçar uma decisão unânime por parte da comunidade científica. Isso porque alguns valores podem ser interpretados de diferentes maneiras, provocando discordâncias entre os pesquisadores, por exemplo, sobre qual das teorias seria, de fato, a mais simples. Além disso, um valor pode se opor a outro. Por isso, Kuhn conclui que fatores psicológicos e sociais necessariamente influenciam a escolha da melhor teoria.

Fontes de pesquisa: CHALMERS, A. A fabricação da ciência. São Paulo: Unesp, 1994; DUTRA, L. H. de A. Introdução à teoria da ciência. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 2003; FRENCH, S. Ciência: conceitos-chave em Filosofia. Porto Alegre: Artmed, 2009; KNELLER, G. F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; São Paulo: Edusp, 1980; KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1989; ______. O caminho desde a estrutura: ensaios filosóficos, 1970-1993, com uma entrevista autobiográfica. São Paulo: Unesp, 2006; OLIVA, A. Filosofia da ciência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003

Príons

Os príons (sigla da expressão inglesa proteinaceous infectious particles; partículas infecciosas de proteína) são uma forma alterada de uma proteína presente na membrana das células nervosas do cérebro de animais vertebrados. Essa alteração pode ocorrer por causa de uma mutação no gene que codifica a proteína normal. Como são menos solúveis, as proteínas alteradas depositam-se nas células nervosas e provocam a sua morte. Com isso, o indivíduo perde o controle motor, apresenta demência e morre.

O gene mutante que codifica o príon pode ser herdado e essa doença é conhecida como doença de Creutzfeldt-Jakob (em homenagem aos dois pesquisadores alemães que a descobriram). O príon também pode ser adquirido, por exemplo, quando uma pessoa recebe um transplante de um portador que ainda não tenha manifestado a doença. Então, ele se com bina às proteínas normais, altera sua forma e produz cópias de si mesmo, em uma reação em cadeia que destrói as células nervosas.

Entre a metade dos anos 1980 e 1990, o príon foi responsável pela doença da vaca louca, nome popular para a encefalopatia espongiforme bovina (o cérebro do animal fica cheio de buracos, como uma esponja). A doença acometeu rebanhos da Inglaterra e provocou grandes prejuízos à economia daquele país.

A epidemia começou pela contaminação de farinhas alimentícias feitas com restos de ovelhas contaminadas por uma forma de príon que ataca esses animais. Há evidências de que algumas pessoas podem ter adquirido a doença comendo carne contaminada, o que significa que o príon poderia passar de uma espécie para outra.

Fonte: Biologia Hoje.

O cariótipo e a evolução humana

A comparação entre o DNA humano e o do chimpanzé aponta uma origem evolutiva a partir de um ancestral comum. A separação deve ter ocorrido entre 6 ou 5 milhões de anos atrás.

As semelhanças aparecem também nos cromossomos quando estes são tratados com corantes que produzem bandas escuras nas regiões ricas em adenina e timina (nucleotídeos que fazem parte do DNA). O padrão de bandas é típico de cada cromossomo e permite que este seja identificado.

No entanto, análises do cariótipo mostram que o ser humano tem 46 cromossomos (23 pares), e os grandes símios (gorila, orangotango, chimpanzé) têm 48 (24 pares). Como explicar o par de cromossomos a menos de nossa espécie?

Os cromossomos 2A e 2B do chimpanzé são semelhantes às duas metades do cromossomo humano 2, que pode ter surgido da fusão entre dois cromossomos do ancestral de chimpanzés e humanos, o que explicaria o par de cromossomos a menos nos humanos.

Análises genéticas confirmam a hipótese de fusão, mostrando que no meio do nosso cromossomo 2 há regiões de DNA que correspondem ao centrômero do cromossomo número 2B do chimpanzé, inativado no cromossomo humano. As análises mostram ainda que no meio do cromossomo 2, há regiões que correspondem aos telômeros dos cromossomos do chimpanzé.

Fontes de pesquisa: Hillier, L. W. et al. Generation and annotation of the DNA sequences of human chromosomes 2 and 4. Nature, vol. 434, p. 724-31, 2005; Yunis, J. J.; Prakash, O. The origin of man: a chromosomal pictorial legacy. Science, vol. 215, p. 1 525-30, 1982.

A divisão celular e os telômeros

Na ponta dos cromossomos há pequenos fragmentos de proteína e material genético chamados telômeros. Esse material genético é formado por uma sequência específica de nucleotídeos (TTAGGG, nos vertebrados), repetida muitas vezes.

Os telômeros protegem o cromossomo contra danos e permitem que a duplicação do DNA ocorra corretamente. Cada vez que uma célula se divide, os telômeros tornam-se ligeiramente mais curtos. Nas células germinativas, que originam gametas, e em algumas outras células do corpo que se dividem rapidamente, como as células-tronco, uma enzima, a telomerase, reconstitui as partes que vão sendo perdidas. Na maioria das células adultas, porém, a enzima está inativa e, caso os telômeros se percam totalmente, a célula perde a capacidade de divisão e pode morrer. Por isso, supõe-se que a diminuição dos telômeros possa estar relacionada com o número máximo de divisões que uma célula pode sofrer e com sua longevidade.

A telomerase está presente também na maioria das células cancerosas, que não morrem e passam a crescer de forma descontrolada. Assim, o estudo dos telômeros pode contribuir para o tratamento do câncer e para problemas derivados do envelhecimento do corpo.

Fontes de pesquisa: CANO, M. I. N. A vida nas “pontas” dos cromossomos. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, v. 39, n. 229, p. 16-23, ago. 2006.

SINCLAIR, D. A.; GUARENTE, L. Desvendando os segredos dos genes da longevidade. Scientific American Brasil, ano 4, n. 47, p. 40-7, abr. 2006

Hermafroditismo na espécie humana

 Indivíduos hermafroditas são muito raros na espécie humana.

Apresentam testículos e ovários separados ou uma gônada mista (ovoteste). No pseudo-hermafroditismo, o indivíduo apresenta gônadas de um sexo, mas órgãos genitais ambíguos ou do sexo oposto. No pseudo-hermafroditismo feminino, a glândula suprarrenal do embrião feminino produz hormônios masculinos, talvez por causas genéticas. O indivíduo passa a apresentar ovários e órgãos genitais ambíguos. Há, por exemplo, desenvolvimento maior do clitóris, que pode ser confundido com um pênis. No caso masculino, o indivíduo possui testículos dentro do abdome e uma vagina fechada no fundo, não apresentando útero nem ovário.

O problema pode ser genético, provocando falhas nos receptores das células que respondem aos hormônios sexuais. Em certos casos, cirurgias ou tratamentos hormonais podem corrigir as malformações dos órgãos genitais.

Fonte: Biologia Hoje. 

Contracepção de emergência

Depois de uma relação sexual em que não se usou nenhum método anticoncepcional, mas não se deseja engravidar, deve-se consultar o médico o quanto antes. Ele poderá indicar a chamada “pílula do dia seguinte”, que funciona como anticoncepcional de emergência.

Essa pílula pode ser utilizada até 72 horas depois de uma relação sexual sem proteção ou quando, durante a relação, ocorrer algum problema com o método anticoncepcional (ruptura da camisinha, por exemplo). Quanto menor o tempo decorrido desde a relação sexual, maior a eficácia.

Os comprimidos da pílula do dia seguinte contêm altas doses de hormônios semelhantes aos da pílula anticoncepcional, mas nem sempre ela dá resultado, além de poder causar efeitos colaterais (irregularidade no ciclo menstrual, dor de cabeça, tontura, náuseas e vômitos) e não ser eficaz se o embrião já estiver implantado no útero.

Por isso, não pode ser usada como método regular de anticoncepção, em substituição a outros métodos (também porque ela perde a eficácia com o uso regular). Além disso, deve sempre ser receitada por ginecologista, que vai orientar o seu uso e observar os possíveis efeitos colaterais.

Outro inconveniente para algumas pessoas é que, por julgarem que o óvulo fecundado já representa um indivíduo, elas consideram que essa pílula provoca um aborto. Para a Medicina, entretanto, o aborto só ocorre a partir do momento em que o embrião se fixa no útero, quando, então, começa a gravidez.

Fonte: Biologia Hoje.

Celulite

Esse é o nome popular para uma alteração do tecido adiposo que afeta principalmente a mulher e que aparece nas regiões em que há mais gordura acumulada, como abdome, quadril, coxas e nádegas; daí o seu nome oficial: lipodistrofia ginoide (do grego, gyné = mulher). 

O que ocorre é aumento do volume das células adiposas e compressão das veias e dos vasos linfáticos, que drenam o excesso de líquido proveniente do sangue. Com isso, a circulação fica prejudicada e forma-se um edema (inchaço) no local. 

As fibras que compõem o tecido conjuntivo da derme são repuxadas e aparecem irregularidades na pele, que fica com aspecto semelhante ao de uma casca de laranja. 

Além dos fatores hereditários, o sedentarismo, a obesidade e o consumo de álcool ou cigarro favorecem o aparecimento da celulite. Manter o peso sob controle, praticar atividades físicas, ter uma alimentação saudável, rica em legumes, verduras e frutas e beber bastante líquido podem ajudar a prevenir o problema. 

É interessante comentar que somente o médico pode tratar a celulite e que muitos produtos anunciados nos meios de comunicação não funcionam.

Sapos, rãs e pererecas

Os termos sapo, rã e perereca não têm significado filogenético, ou seja, não estão relacionados a grupos monofiléticos.

Em geral, são chamadas de rãs aqueles anfíbios que apresentam pele mais lisa e úmida e passam a maior parte do tempo na água. As longas pernas posteriores são adaptadas para o salto ou para a natação (possuem membrana entre os dedos).

Os anfíbios conhecidos como sapos têm a pele mais grossa e rugosa, passam mais tempo fora da água e suas pernas posteriores são menores que as das rãs (dão saltos mais curtos).

As pererecas têm discos adesivos na ponta dos dedos, que as ajudam a subir em árvores; passam mais tempo na terra. Na língua indígena tupi-guarani, perereca significa ‘andar aos saltos’.

O uso de termos cotidianos, como sapos, rãs e pererecas, que não correspondem à classificação biológica dos anfíbios, ilustra o fato de que o conhecimento cotidiano nem sempre coincide com o conhecimento científico. Isso não significa necessariamente que um esteja errado e outro certo: há situações em que um deles é mais adequado que o outro. Os diferentes tipos de conhecimento e o uso das palavras são discutidos em Filosofia e Língua Portuguesa.

Fonte: Biologia Hoje.

Recriando dinossauros

Alguns livros e filmes de ficção científica abordam a possibilidade de recriação dos dinossauros em laboratório por meio do implante do DNA desses répteis na célula-ovo de outro animal.

No entanto, há vários fatores que fazem com que isso seja bastante improvável. Entre eles, o fato de que o DNA começar a se decompor após a morte do organismo e, como os dinossauros se extinguiram há cerca de 65 milhões de anos, seria praticamente impossível conseguir um gene completo. No máximo, restariam apenas pequenos trechos. Se usarmos genes de outro animal para completar os pedaços que estão faltando, não teríamos nenhuma garantia de produzir um dinossauro. Outro problema é que, mesmo que conseguíssemos um conjunto completo de genes, ele teria de ser colocado em uma célula-ovo de dinossauro para que funcionasse corretamente. Isso porque os genes têm de ser ativados e regulados por substâncias do citoplasma da célula-ovo específicas dos dinossauros. Seria pouco provável que genes de dinossauros funcionassem adequadamente quando colocados em ovos de outras espécies. 

Além disso, mesmo que fosse possível recriá-los, eles estariam vivendo em um mundo bem diferente. 

Os herbívoros não encontrariam as plantas exatas das quais se alimentavam, por exemplo. 

Fonte de pesquisa: DESALLE, B.; LINDLEY, D. Jurassic Park e o mundo perdido: ou como fazer um dinossauro. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

Temperatura e determinação do sexo nos répteis

Nos crocodilianos, na maioria dos quelônios (tartarugas) e em alguns lagartos, o sexo do filhote é determinado pela temperatura ambiente durante o desenvolvimento do embrião. Uma variação de 2 ºC ou 4 ºC pode determinar se o embrião se tornará macho ou fêmea. Em algumas tartarugas, por exemplo, ovos incubados em temperaturas iguais ou menores que 26 ºC originam machos; ovos com temperatura acima de 31 ºC produzem fêmeas. Temperaturas de transição podem produzir tanto machos quanto fêmeas, dependendo de outros fatores, como a taxa de hormônios.

A temperatura age nas etapas iniciais do desenvolvimento. Como há variação diária ou sazonal de temperatura, ambos os sexos são produzidos. Além disso, a temperatura varia também de ninho para ninho, dependendo da luz e da sombra ou se os ovos estão na superfície ou no fundo do ninho.

Se a temperatura do planeta continuar aumentando, por causa do aquecimento global, poderá ocorrer uma desproporção entre os sexos, ou até a produção apenas de tartarugas fêmeas, o que poderá ocasionar a extinção desse grupo.

Fonte: Biologia Hoje.

sábado, 9 de abril de 2022

Fraturas e outros problemas nos ossos

Quando um osso se quebra, dizemos que ocorreu uma fratura. No local da fratura ocorre hemorragia, por causa de lesões dos vasos sanguíneos, destruição da matriz e morte de células ósseas.

As células do periósteo e do endósteo multiplicam-se e diferenciam-se em osteoblastos e produzem um tecido que depois sofrerá ossificação, formando um calo ósseo, um tecido ósseo imaturo, que une as partes quebradas. Ao mesmo tempo, macrófagos e osteoclastos removem coágulos e células mortas. Com o tempo, a matriz volta a se organizar em sistemas de Havers.

Se houver fratura ou suspeita de fratura, não se deve tentar colocar o osso “no lugar”. A vítima deve permanecer imóvel, e os primeiros socorros devem ser prestados por alguém preparado para isso. Em geral, a região fraturada é imobilizada com auxílio de gesso ou de aparelhos especiais. As partes quebradas são mantidas próximas umas das outras para que o osso possa se reconstituir.

Radiografia de perna mostrando fratura da tíbia e da fíbula.

Além das fraturas, que geralmente são causadas por acidentes, outros problemas nos ossos podem ser causados por má alimentação, sedentarismo, falta de exposição ao sol, entre outras causas.

A desnutrição é a principal causa da deficiência de crescimento. Em crianças, a falta de vitamina D, que promove a absorção do cálcio dos alimentos no intestino, provoca o raquitismo: os ossos não crescem normalmente e os ossos longos das pernas, ainda com cartilagem de conjugação, deformam-se com o peso do corpo. Boa alimentação, com quantidade adequada de cálcio e vitamina D, e prática adequada de esportes ou de atividade física ajudam no crescimento e fortalecem os ossos

Para os jovens em fase de crescimento, o ideal é praticar algum esporte ou atividade física regular, mas sem excessos: caminhadas, natação, bicicleta, corrida, futebol.

A atividade física regular, orientada por especialistas, ajuda também a prevenir a osteoporose, ou seja, a perda de massa óssea, que deixa os ossos mais fracos e com risco maior de fraturas.

Fonte: Biologia Hoje.

Cor da pele e diversidade

Sabemos que as diferenças na cor da pele das pessoas se devem a fatores genéticos e também comportamentais. Já foram identificados dezenas de genes que atuam na série de etapas envolvidas na produção de melanina, o pigmento responsável pela coloração da pele. Além disso, a exposição ao sol aumenta a produção desse pigmento, mudando o tom da pele.

Mesmo que as possibilidades de tons de pele sejam quase infinitas, é muito comum as pessoas serem identificadas socialmente por sua cor dentro de um conceito de raça. Mas, como veremos com mais detalhes no Volume 3 desta coleção, para afirmar que duas populações têm raças diferentes uma da outra, é necessário que exista um conjunto de características exclusivo em uma das populações ou, pelo menos, muito mais frequente em uma delas do que em outra.

No caso da espécie humana, isso não é observado: a constituição genética de todos os indivíduos é semelhante. Há apenas uma porcentagem de genes que se diferenciam (aqueles ligados à aparência física, à cor da pele, etc.), não havendo, portanto, justificativa biológica para a classificação da sociedade em raças.

O conceito de raça é uma construção social historicamente usada para justificar preconceitos e discriminações que prejudicam toda a sociedade. A exploração de povos africanos pelos europeus, no Brasil e em outras regiões, é apenas um dos muitos exemplos em que o conceito de raça foi usado por um grupo para dominar outro.

No Brasil, a lei 7 716/89 de janeiro de 1989 prevê pena para crimes resultantes de discriminação ou preconceito de “raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Outras formas de discriminação, como em relação à orientação sexual e à identidade de gênero também devem ser fortemente combatidas. Cabe aos cidadãos e à sociedade promover o convívio com as diferenças e valorizar a diversidade cultural que enriquece o país. A cooperação entre os indivíduos é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, que combata a violência gerada pela intolerância.

Fonte: Biologia Hoje.

Cuidados com a exposição ao sol

Os filtros solares são classificados de acordo com um número chamado fator de proteção solar (FPS). Por exemplo, uma pessoa que utiliza filtro solar com FPS 15 (o índice mínimo que devemos usar) leva 15 vezes mais tempo para ficar com a pele vermelha ou irritada do que se estivesse sem ele.

Quanto mais sensível a pele, maior o fator de proteção necessário. A indicação do filtro solar mais adequado para cada tipo de pele deve ser feita pelo médico, que orientará também quanto ao tempo máximo de exposição ao sol. Esse tempo de exposição varia conforme o tipo de pele e o fator de proteção utilizado.

Mesmo com filtro solar, é preciso evitar a exposição ao sol entre as 10 horas e as 16 horas, aproximadamente, quando a radiação ultravioleta é mais intensa. Além disso, a proteção deve ser complementada pelo uso de chapéu e óculos escuros confiáveis, que bloqueiam os raios ultravioleta. A exposição excessiva a esses raios pode causar problemas nos olhos, como a catarata.

Na embalagem dos filtros solares, costumam aparecer as siglas UVA e UVB. Em Física, aprendemos que elas correspondem a duas faixas de comprimento de onda dos raios ultravioleta. Ambas podem provocar danos à pele.

A exposição ao sol, entre outros fatores, pode provocar a formação de tumores benignos e malignos (chamados carcinomas) nos epitélios. A maioria dos tumores tem cura total, mas alguns, como o melanoma, só podem ser curados em estágios muito iniciais. Por isso, além de evitar a exposição exagerada ao sol e de usar filtro solar, é preciso ir ao médico se notar: feridas que não cicatrizam; sinais com alteração de cor ou tamanho, com sangramento ou bordas mal definidas; verrugas que, com pequenos traumatismos, repetidamente coçam e sangram.

Fonte: Biologia Hoje.

A importância do leite materno

O leite materno é o melhor alimento para o bebê, sendo mais adequado do que as fórmulas comerciais preparadas a partir do leite de vaca. As vantagens são várias: é de digestão mais fácil; a probabilidade de causar reações alérgicas e prisão de ventre é menor; contém anticorpos que protegem a criança contra diversas doenças contagiosas. Além disso, em casa, no preparo do leite comercial, há mais riscos de contaminação por germes causadores de doenças, principalmente em locais sem água potável.

A amamentação também traz benefícios para a mãe. Além de aumentar o contato entre mãe e filho, o que é bom para ambos, diminui o risco de câncer de mama, acelera a volta do útero ao tamanho normal e evita hemorragias depois do parto.

Mas nem sempre é possível amamentar. Às vezes, por exemplo, a mãe precisa tomar certos medicamentos que podem passar para o leite e prejudicar a saúde da criança. As mães portadoras do vírus da Aids também devem evitar a amamentação, seguindo a orientação do médico para a escolha e o preparo do leite comercial.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que se alimente a criança exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade. A partir daí, outros tipos de alimento podem ser oferecidos, diminuindo a frequência da amamentação.

Fonte: Biologia Hoje.

Malformações do tubo neural

Falhas no fechamento do tubo neural podem provocar malformações que afetam o sistema nervoso e partes adjacentes, como a coluna vertebral. É o caso das anomalias conhecidas como espinha bífida, que podem ser leves, como quando ocorre falha de soldadura nas vértebras sem afetar a medula espinhal; ou mais graves, quando parte da medula se projeta para fora das vértebras. As formas mais graves de espinha bífida exigem tratamento cirúrgico.

Uma forma ainda mais grave é a anencefalia, em que a parte cefálica do tubo não se fecha e o cérebro está ausente. Nesse caso, o bebê morre, em geral, pouco depois do parto.

Essas malformações podem ser diagnosticadas durante a gravidez por exames como a ultrassonografia. Para diminuir o risco dessas malformações, o médico pode indicar a ingestão de uma vitamina, o ácido fólico, durante a gravidez.

Fonte: Biologia Hoje.

Mulher: cuidados com o corpo

Uma vez por ano, toda mulher e toda garota que já tenha menstruado devem ir ao ginecologista para fazer o exame Papanicolau, que serve para verificar a existência de câncer no útero, acusar infecções e determinar o nível de hormônios relacionados ao ciclo menstrual.

O médico também poderá pedir uma mamografia, exame de raios X especial capaz de detectar tumores muito pequenos. Esse exame deve ser feito por todas as mulheres a partir dos 50 anos de idade – ou antes, de acordo com orientação médica. Para as mulheres que já tiveram casos de câncer de mama na família, por exemplo, o médico pode indicar um exame anual a partir dos 35 anos ou até antes.

Também se deve consultar o médico se houver ardência ou dor ao urinar, dores abdominais, se aparecerem caroços, bolhas ou verrugas na região genital, se passar a urinar com muita frequência, se a secreção vaginal, normalmente incolor e sem cheiro, estiver amarelada, rosada, parecida com “água de carne” ou tiver mau cheiro (pode ser que haja uma infecção ou outro problema), ou se o parceiro estiver com alguma infecção que possa ser transmitida por contato sexual.

Embora seja comum dizer que uma mulher entrou na menopausa, esse termo é aplicado de forma mais precisa para se referir à última menstruação da mulher, que ocorre por volta dos 50 anos. Essa última menstruação marca também o momento em que ela para de ovular. Já o termo climatério refere-se ao período que antecede a menopausa e que pode começar por volta dos 40 anos, quando há diminuição da atividade hormonal e dos ovários. Nesse período podem ser necessários tratamentos para evitar, por exemplo, a osteoporose (enfraquecimento dos ossos). Qualquer tratamento sempre deve ser orientado pelo médico – o que vale também para tratamentos com produtos naturais.

Fonte: Biologia Hoje.

Problemas no sistema genital masculino

Muitos distúrbios podem afetar a saúde do sistema genital masculino. Em algumas crianças, um ou os dois testículos podem não descer para o escroto, caracterizando a criptorquidia (do grego cripto = escondido; orchis = testículo). Como há risco de esterilidade, é necessária uma avaliação médica.

A incapacidade de ter (ou manter) uma ereção por tempo suficiente para o ato sexual é chamada impotência. Pode ser causada por fatores psicológicos (estresse, ansiedade, frustrações, problemas conjugais) ou por problemas fisiológicos (doenças vasculares, uso de certos medicamentos, lesões nervosas, etc.). É necessário, portanto, um diagnóstico médico que indique o tratamento adequado. Vários medicamentos contra a impotência aumentam o efeito do óxido nítrico, gás que funciona como mensageiro químico em várias partes do corpo. Durante a estimulação sexual, ele provoca o relaxamento do músculo liso, o que aumenta o fluxo de sangue para o pênis e facilita a ereção.

Alguns homens podem apresentar problema de fertilidade. Aqueles que produzem menos de 20 milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen são provavelmente inférteis, mas esse problema pode, em geral, ser resolvido com técnicas de reprodução assistida.

O câncer mais frequente em homens com mais de 50 anos é o de próstata. O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura. Por isso, homens com mais de 40 anos devem ir ao urologista anualmente. E devem procurar também o médico se sentirem dor ou ardência ao urinar, se aparecerem caroços, bolhas ou verrugas em torno dos órgãos genitais, se saírem secreções ou sangue pela uretra ou se o parceiro estiver com alguma infecção que possa ser transmitida por contato sexual.

Fonte: Biologia Hoje.

Homossexualidade

Em nossa sociedade, como em muitas outras, existem indivíduos homossexuais, isto é, que se relacionam sexualmente com pessoas do mesmo sexo.

Na adolescência, os sentimentos podem estar confusos, e a admiração que se tem por amigos do mesmo sexo – ou amigas, no caso das garotas – pode muitas vezes se confundir com atração física.

O desenvolvimento de atração física pelo mesmo sexo ou pelo sexo oposto nunca deve ser motivo de discriminação.

Pessoas apresentam características diversas e isso é importante para a sociedade. Todos devem ser respeitados, independentemente de diferenças de gênero, idade, etnia, classe social ou crença religiosa. Combater a violência e a intolerância é um dever de todos nós.

Garotas com ciúme umas das outras ou garotos com uma turma de amigos do mesmo sexo são exemplos de comportamentos típicos da adolescência e não caracterizam necessariamente a homossexualidade. No entanto, se alguém estiver desconfortável por causa de desejos sexuais, pode ser interessante conversar com um psicólogo.

Um último lembrete: caráter, talento e capacidade profissional não têm sexo nem são exclusivos de heterossexuais ou homossexuais. Não se deve avaliar uma pessoa por sua orientação sexual. Quem discrimina os outros não está ajudando em nada a vida em sociedade e acaba perdendo o direito de ser livre. Afinal, se alguém não respeita os outros, como espera ser respeitado?

Síndrome de Down

A mais comum das mutações cromossomiais é a síndrome de Down, que afeta um em cada mil recém-nascidos. O termo Down vem do nome do médico inglês que descreveu esse problema em 1866: John Langdom Down (1828-1896).

As pessoas com essa síndrome apresentam em geral sinais característicos, como língua para fora da boca (protrusa), altura abaixo da média, mãos curtas e largas com uma única linha palmar e olhos com uma prega cutânea na pálpebra superior, entre outras características.

Além da aparência, pessoas com essa síndrome costumam apresentar atraso mental em graus variáveis, com deficiência na aprendizagem, memória ou linguagem.

A qualidade de vida das pessoas com síndrome de Down e o desempenho físico e mental melhoram com inclusão social, atendimento especializado, cuidados e estímulos adequados iniciados desde o início do desenvolvimento. A síndrome de Down corresponde a uma trissomia do cromossomo 21, o menor cromossomo humano, com cerca de 1 500 genes. O cariótipo dos portadores dessa síndrome é representado por 47, XY + 21 (homens) ou 47, XX + 21 (mulheres), ou, quando não se quer indicar o sexo, 47, + 21.

A alteração pode ser descoberta após o nascimento ou logo no início da gravidez, por meio de exames. Na maioria dos casos, ela acontece por falha na meiose (geralmente na primeira divisão) durante a formação do óvulo.

A pessoa com síndrome de Down faz parte do universo da diversidade humana e tem muito a contribuir no desenvolvimento de uma sociedade inclusiva.

É importante que governo e sociedade lutem contra o preconceito e a discriminação para que a pessoa com síndrome de Down seja tratada e respeitada como membro efetivo da sociedade e tenha a oportunidade de interagir e desenvolver suas potencialidades. Essa é uma questão ética e de cidadania.


Fonte: Biologia Hoje.

Problemas com a clonagem

Primeiro, é preciso diferenciar clonagem reprodutiva – criação de cópias genéticas de um ser – de clonagem terapêutica – desenvolvimento de órgãos para transplante e tratamento de doenças.

Na clonagem terapêutica, são utilizadas células- -tronco, ou seja, células não especializadas, com capacidade de se dividir e originar outros tecidos. Elas podem ser retiradas de embriões, com poucos dias de desenvolvimento e com cerca de apenas cem células, descartados por clínicas de fertilização, por exemplo. Também são encontradas em alguns tecidos do organismo adulto, como a medula óssea, mas em princípio não apresentam o mesmo potencial de originar tecidos como as embrionárias.

Nesse tipo de clonagem, ainda em fase de pesquisa, não são formados novos indivíduos. O objetivo de tal técnica é produzir tecidos e órgãos para transplante.

A formação de órgãos a partir dessas células para transplante poderia resolver o problema da doação. As células-tronco utilizadas têm de ser imunologicamente compatíveis com o paciente para evitar a rejeição. Isso pode ser feito selecionando, entre as várias linhagens de células-tronco, as que são compatíveis, ou transferindo o núcleo de uma célula adulta do paciente para um óvulo do qual foi removido o núcleo. Então, do embrião com cerca de 5 dias seriam retiradas as células-tronco.

Também estão sendo realizados estudos para o tratamento de diabetes, câncer, mal de Parkinson, doença de Alzheimer, etc. O objetivo é transplantar células-tronco para se reproduzirem e regenerarem as áreas afetadas.

Nem todos os países aceitam a clonagem de embriões humanos para fins terapêuticos, e a maioria condena a clonagem com fins reprodutivos. Mas, mesmo na terapêutica, há problemas éticos. Embora algumas pessoas achem que os embriões utilizados sejam apenas um aglomerado de células, outras pensam que eles devem ser considerados seres humanos, com direitos como todos nós. Para essas pessoas, ainda que as células-tronco embrionárias estivessem sendo utilizadas para salvar vidas, estariam sendo sacrificadas outras vidas para isso.

Em toda essa discussão, é importante lembrar-se de que as aplicações das descobertas científicas precisam ser discutidas por toda a sociedade e, para isso, todos devem estar bem informados sobre essas aplicações, para que possam tomar decisões sobre seu uso.

Fonte: Biologia Hoje.

Fotossíntese: o início das descobertas

O conhecimento sobre a fotossíntese foi se expandindo ao longo de vários anos por meio de descobertas de diferentes pesquisadores.

No início do século XVII, pensava-se que as plantas absorviam todos os seus nutrientes do solo. Para testar essa hipótese, o médico belga Jean Baptiste van Helmont (1579-1644) cultivou uma muda de salgueiro em um vaso. Cinco anos mais tarde, constatou que o salgueiro estava quase 75 kg mais pesado, mas que a terra do vaso diminuíra em apenas 57 g. Van Helmont explicou essa diferença afirmando que, para crescer, a planta havia utilizado também a água usada para regá-la.

Van Helmont e uma representação de seu experimento.

Hoje sabemos que o aumento de peso da planta se deve também ao gás carbônico do ar, que é transformado em açúcares pela fotossíntese.

A primeira evidência de que os gases do ar participam da fotossíntese, e consequentemente do crescimento das plantas, foi obtida em 1772, com a experiência do químico inglês Joseph Priestley (1733-1804). Ele verificou que as plantas podem recuperar o ar “esgotado” por uma vela que queima ou pela respiração de um animal, ambos dentro de um recipiente fechado.

Já em 1779, o médico holandês Jan Ingenhousz (1730-1779) demonstrou que o efeito observado por Priestley só ocorria se a planta fosse iluminada. No escuro, ela consumia oxigênio, da mesma forma que o animal. Hoje sabemos que a planta realiza respiração celular, consumindo oxigênio o tempo todo, mas que, com luz suficiente, predomina a produção de oxigênio pela fotossíntese.

Fonte: Biologia Hoje.

Botulismo e tétano

A bactéria causadora do botulismo, o Clostridium botulinum, produz toxinas perigosas para o ser humano. Essa espécie de bactéria pode crescer e se reproduzir em alimentos enlatados e em conserva que tenham sido mal esterilizados. Um sinal que indica a existência dessa bactéria é o gás produzido na fermentação, que faz a lata ficar estufada. Pessoas intoxicadas precisam receber tratamento imediado, com soro antibotulínico e antibióticos, pois correm risco de morrer.

Toxina botulínica usada em tratamento estético

Para a prevenção do botulismo e de outras intoxicações alimentares, os alimentos devem ser preparados e conservados adequadamente. Não se devem consumir alimentos com cheiro estranho ou enlatados cuja embalagem esteja em mau estado de conservação ou estufada.

Embora a toxina produzida pelo Clostridium botulinum seja perigosa, seu uso controlado é indicado para diversos tipos de tratamento estético (figura 8.6) e de saúde. As aplicações de produtos com a toxina botulínica funcionam porque ela bloqueia a liberação de um neurotransmissor que transporta mensagens entre o cérebro e as fibras musculares. Por isso, a musculatura que recebeu a aplicação permanece relaxada por um período de tempo.

O tétano é uma infecção provocada pela contaminação de ferimentos pela bactéria Clostridium tetani, que se reproduz em feridas profundas, com pouco suprimento de oxigênio, ou em ferimentos não tratados, com células mortas e detritos do ambiente na superfície. O doente precisa ser logo tratado com soro antitetânico, antibióticos e relaxante muscular, porque a doença causa contrações musculares que podem provocar asfixia e morte. O mais recomendável é prevenir a doença com uma vacina tomada na infância em três doses, com intervalo de um mês, e, depois, um reforço a cada dez anos.

Fonte: Biologia Hoje.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Defesas do organismo contra os vírus

A natureza proteica dos vírus, agindo como antígeno, estimula o organismo parasitado a produzir anticorpos específi cos e os interferons.

A) Anticorpos – São proteínas de defesa, também conhecidas por imunoglobulinas, produzidas pelos plasmócitos contra um antígeno (proteína estranha) que penetra no organismo. Os anticorpos são específicos, isto é, determinado anticorpo somente age contra aquele antígeno que induziu sua formação. É algo parecido com o modelo “chave-fechadura” das enzimas. A molécula de anticorpo se liga quimicamente ao antígeno (reação “antígeno-anticorpo”), neutralizando, assim, seu efeito. Muitas vezes, o anticorpo age ligando-se à parede celular do micro-organismo e permitindo que ele seja fagocitado mais facilmente pelos macrófagos e leucócitos.

B) interferons – Observou-se, há algum tempo, que a pessoa que adquire uma virose difi cilmente contrai outra virose ao mesmo tempo. Esse fato despertou a curiosidade de alguns pesquisadores, que, estudando o problema, descobriram que, em muitas infecções ocasionadas por vírus, as células infectadas liberam os interferons em quantidades mínimas (cerca de 10–12 g para cada milhão de células infectadas). No homem, existem três tipos de interferons: o interferon α, produzido pelos leucócitos; o interferon β, produzido por fi broblastos; e o interferon γ ou imunointerferon, produzido por linfócitos.

Os interferons são glicoproteínas relativamente pequenas capazes de proteger células semelhantes contra a ação de outros vírus agressores. Funcionam como uma espécie de mensageiro intercelular, isto é, atravessam a membrana da célula infectada (onde foram produzidos) e “avisam” determinadas células que ainda não foram agredidas da infecção. Nas células que ainda não foram infectadas, o interferon estimula a produção de uma outra proteína, a proteína inibidora da tradução ou TiP (translational inhibitory protein). O TIP liga-se aos ribossomos da célula e os altera, de modo que o RNAm dos vírus não é traduzido, sem, contudo, comprometer a tradução do RNAm da célula. Isso permite que a célula continue funcionando normalmente, mas impede a síntese de proteínas virais em seu interior. Sem a produção das proteínas virais, novas partículas de vírus não são formadas dentro da célula. O interferon, portanto, age impedindo a multiplicação dos vírus no interior das células. A produção de interferon, estimulada por um vírus, inibe a multiplicação de uma grande variedade de outros vírus. Assim, o interferon não tem especifi cidade, isto é, exerce sua ação inibidora contra diversos vírus.

Doenças virais associadas ao sistema digestório

Caxumba – Parotidite infecciosa

A parotidite infecciosa, também conhecida como papeira, tem como agente etiológico um vírus do gênero Paramyxovirus, o qual infecta, geralmente, as parótidas e, às vezes, as glândulas sublinguais e submandibulares, provocando edemas em um ou em ambos os lados da porção superior do pescoço, sintomas acompanhados de febre e dor ao deglutir alimentos.

Nos homens adultos, há risco de o vírus se instalar nos testículos, podendo ocorrer orquiepididimite, provocando esterilidade.

Nas mulheres, pode, raramente, provocar ooforite (inflamação dos ovários). A transmissão do vírus ocorre por via aérea, por meio da disseminação de gotículas ou por contato direto com pessoas infectadas.

As medidas profiláticas incluem, além das ações de educação em saúde, a vacina tríplice viral aos 12 meses de idade, com uma dose adicional entre 4 e 6 anos.

Hepatite viral 

A hepatite é uma inflamação do fígado provocada por, pelo menos, cinco vírus diferentes: vírus da hepatite A (HAV), vírus da hepatite B (HBV), vírus da hepatite C (HCV), vírus da hepatite D ou delta (HDV) e vírus da hepatite E (HEV). 
O HAV é transmitido por via fecal-oral, por meio de água e alimentos contaminados, de pessoa a pessoa e por contato com objetos. O HBV pode ser transmitido por via sexual, transfusões de sangue e por meio de procedimentos médicos. O HCV é transmitido por via parenteral, ao passo que o HDV é transmitido por via sexual, pele e mucosas, transfusões sanguíneas e por procedimentos médicos e odontológicos. Já o HEV é transmitido por via fecal-oral, principalmente pela água e alimentos contaminados por dejetos humanos e de animais. 

Os sintomas são semelhantes: icterícia, anorexia, diarreia, desconforto abdominal, febre, vômitos, entre outros. As medidas profiláticas variam de acordo com o tipo de infecção; a vacina de vírus inativado contra a hepatite A está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), integrantes do SUS, assim como a vacina contra a hepatite B. No caso da hepatite C, não há vacina, sendo recomendadas aos portadores crônicos de HCV as vacinas contra as hepatites A e B. A vacina contra a hepatite B é uma forma de reduzir a prevalência da hepatite D, e, no caso da hepatite E, utilizam-se as mesmas medidas para se evitar a hepatite A.

Fonte: UOL.

Pesquisas sobre geração espontânea levaram a novas tecnologias

É interessante pensar que os experimentos pioneiros de Spallanzani sobre geração espontânea abriram caminho para o desenvolvimento da indústria de alimentos enlatados. Ao saber das pesquisas e das controvérsias sobre a origem dos microrganismos, o confeiteiro francês Nicholas Appert (1749-1841) suspeitou que eles poderiam ser responsáveis pela deterioração dos alimentos, problema então enfrentado pelos fabricantes de produtos alimentícios. Partindo do princípio de que caldos nutritivos previamente fervidos podiam ser guardados sob vedação hermética sem estragar, como Spallanzani havia demonstrado, Appert desenvolveu uma tecnologia para produzir alimentos em conserva, que podiam ser armazenados por longo tempo sem sofrer deterioração.

A história da fermentação remonta à década de 1850. Naquela época, Louis Pasteur, já famoso por seus estudos sobre os microrganismos, interessou-se por um problema de deterioração do vinho que afetava a indústria vinícola de Arbois (França), sua terra natal. Em experimentos anteriores, ele próprio já demonstrara que a transformação do suco de uvas em vinho resulta da atividade de microrganismos denominados leveduras ou fermentos. Sua hipótese, agora, era que a deterioração do vinho decorria da contaminação por outro tipo de microrganismo.

Ao observar ao microscópio amostras de vinhos estragados, Pasteur encontrou outros microrganismos além das leveduras, o que reforçava sua hipótese. A questão era: como se livrar desses invasores indesejáveis sem alterar o sabor do vinho? Este não podia ser fervido, pois perderia totalmente suas qualidades. Pasteur descobriu então que o aquecimento do vinho por apenas alguns minutos, a 57 wC, era suficiente para eliminar os microrganismos indesejáveis sem alterar o sabor da bebida; com isso, estava inventado o processo que, em sua homenagem, recebeu o nome de pasteurização.

A pasteurização, tecnologia para a eliminação seletiva de microrganismos pelo aquecimento brando, é largamente empregada na indústria de alimentos nos dias atuais. Em diversos países, incluindo o Brasil, é obrigatório pasteurizar o leite e seus derivados antes de comercializá-los. Nesse processo, o leite é mantido a 62 wC por 30 minutos, o que elimina a bactéria Mycobacterium tuberculosis, um microrganismo frequentemente presente no gado bovino e que pode causar tuberculose no ser humano. A pasteurização elimina também outros microrganismos responsáveis pela deterioração do leite, prolongando sua vida útil.

Fonte: Biologia Hoje.

Needham versus Spallanzani

A teoria da geração espontânea perdeu credibilidade com os experimentos de Redi, mas voltou a ser utilizada para explicar a origem dos seres microscópicos, ou microrganismos, descobertos em meados do século XVII pelo holandês Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723).

Essa teoria parecia realmente adequada para explicar a origem dos microrganismos, pois era difícil imaginar que seres aparentemente tão simples, presentes em quase todos os lugares, pudessem surgir por meio da reprodução. Muitos estudiosos, porém, estavam convencidos de que a geração espontânea não ocorria nem para seres grandes nem para seres microscópicos.
A. Desenhos de seres microscópicos, popularmente chamados de micróbios, realizados por Leeuwenhoek em 1683. B. Retrato de Antonie van Leeuwenhoek, filósofo natural e zoologista, em Delft, c. 1680, de Jan Verkolje. (Óleo sobre tela, 56 # 47,5 cm. Museu Boerhaave, Holanda.)

Em 1745, o inglês John Needham (1713-1781) realizou o seguinte experimento: distribuiu caldo nutritivo em diversos frascos, que foram fervidos por 30 minutos e imediatamente fechados com rolhas de cortiça. Depois de alguns dias, os caldos estavam repletos de seres microscópicos. Assumindo que a fervura eliminara todos os seres eventualmente existentes no caldo original e que nenhum ser vivo poderia ter penetrado através das rolhas, Needham argumentou que só havia uma explicação para a presença de microrganismos nos frascos: eles haviam surgido por geração espontânea.

O padre e pesquisador italiano Lazzaro Spallanzani (1729-1799) refez os experimentos de Needham. Ele preparou oito frascos com caldos nutritivos previamente fervidos: quatro deles foram fechados com rolhas de cortiça, como fizera Needham, e os outros quatro tiveram os gargalos derretidos no fogo, de forma a adquirirem uma vedação hermética. Além disso, os frascos foram fervidos durante longo tempo. Após alguns dias, microrganismos haviam surgido nos frascos arrolhados com cortiça, mas não nos frascos cujos gargalos tinham sido hermeticamente fechados no fogo. Spallanzani concluiu que a vedação ou o tempo curto de fervura utilizados por Needham, ou ambos, haviam sido incapazes de impedir a contaminação do caldo.

Em resposta a Spallanzani, Needham alegou que, devido à fervura prolongada, o caldo poderia ter perdido sua “força vital”, um princípio imaterial que seria indispensável ao surgimento de vida. Spallanzani, então, quebrou os gargalos fundidos de alguns frascos, que ainda se mantinham livres de microrganismos, expondo seu conteúdo ao ar. Em pouco tempo, eles ficaram repletos de microrganismos, mostrando que a fervura prolongada não havia destruído a “força vital” do caldo. Needham contra-argumentou mais uma vez, sugerindo a hipótese de que o princípio ativo, embora deteriorado pelo longo tempo de fervura, se restabelecera com a entrada de ar fresco, permitindo que os microrganismos surgissem espontaneamente. Dessa vez, Spallanzani não conseguiu elaborar um experimento para descartar o contra-argumento de Needham, e a controvérsia não foi resolvida.

Fonte: Biologia Hoje.