A natureza proteica dos vírus, agindo como antígeno, estimula o organismo parasitado a produzir anticorpos específi cos e os interferons.
A) Anticorpos – São proteínas de defesa, também conhecidas por imunoglobulinas, produzidas pelos plasmócitos contra um antígeno (proteína estranha) que penetra no organismo. Os anticorpos são específicos, isto é, determinado anticorpo somente age contra aquele antígeno que induziu sua formação. É algo parecido com o modelo “chave-fechadura” das enzimas. A molécula de anticorpo se liga quimicamente ao antígeno (reação “antígeno-anticorpo”), neutralizando, assim, seu efeito. Muitas vezes, o anticorpo age ligando-se à parede celular do micro-organismo e permitindo que ele seja fagocitado mais facilmente pelos macrófagos e leucócitos.
B) interferons – Observou-se, há algum tempo, que a pessoa que adquire uma virose difi cilmente contrai outra virose ao mesmo tempo. Esse fato despertou a curiosidade de alguns pesquisadores, que, estudando o problema, descobriram que, em muitas infecções ocasionadas por vírus, as células infectadas liberam os interferons em quantidades mínimas (cerca de 10–12 g para cada milhão de células infectadas). No homem, existem três tipos de interferons: o interferon α, produzido pelos leucócitos; o interferon β, produzido por fi broblastos; e o interferon γ ou imunointerferon, produzido por linfócitos.
Os interferons são glicoproteínas relativamente pequenas
capazes de proteger células semelhantes contra a ação de
outros vírus agressores. Funcionam como uma espécie de
mensageiro intercelular, isto é, atravessam a membrana
da célula infectada (onde foram produzidos) e “avisam”
determinadas células que ainda não foram agredidas da
infecção. Nas células que ainda não foram infectadas,
o interferon estimula a produção de uma outra proteína,
a proteína inibidora da tradução ou TiP (translational
inhibitory protein). O TIP liga-se aos ribossomos da
célula e os altera, de modo que o RNAm dos vírus não
é traduzido, sem, contudo, comprometer a tradução
do RNAm da célula. Isso permite que a célula continue
funcionando normalmente, mas impede a síntese de
proteínas virais em seu interior. Sem a produção das
proteínas virais, novas partículas de vírus não são
formadas dentro da célula. O interferon, portanto, age
impedindo a multiplicação dos vírus no interior das células.
A produção de interferon, estimulada por um vírus, inibe
a multiplicação de uma grande variedade de outros vírus.
Assim, o interferon não tem especifi cidade, isto é,
exerce sua ação inibidora contra diversos vírus.
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