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domingo, 27 de fevereiro de 2022

Transfusões de sangue

Uma das principais razões pelas quais o sangue é testado para o tipo sanguíneo é a necessidade de transfusão. A transfusão sanguínea é feita quando um paciente perde muito sangue e seu organismo não é capaz de repor sozinho o que foi perdido. Transfusões também podem ser parte do tratamento de algumas doenças.

O sangue que será doado para transfusões é separado em diversos elementos: concentrado de hemácias, plasma (por sua vez, separado em vários componentes), concentrado de plaquetas, etc. Cada um poderá ser usado conforme a situação específica: em certos casos de anemia ou hemorragia aguda, por exemplo, há necessidade de transfusão de concentrado de hemácias. Já o plasma pode ser usado quando há deficiência de múltiplos fatores de coagulação e quando não estiverem disponíveis concentrados comerciais desses fatores (obtidos por técnicas de engenharia genética). Essas condições devem ser avaliadas pela equipe médica. A transfusão de sangue total, com todos os seus componentes, tem uso muito restrito. Se for necessário, o sangue pode ser reconstituído a partir do concentrado de hemácias e do plasma.

Antes da transfusão, deve ser observado se o sangue do doador é compatível com o sangue do receptor. É feita a mistura do soro do receptor com as hemácias do doador para investigar a presença de anticorpos contra os antígenos presentes nas hemácias deste último.

Se o sangue (na forma de concentrado de hemácias) de um indivíduo do grupo A ou do grupo AB for doado a um indivíduo do grupo B, as hemácias do doador serão aglutinadas pelas aglutininas anti-A do plasma do receptor. Os aglomerados de hemácias obstruem pequenos vasos sanguíneos e causam problemas circulatórios. Algum tempo depois, essas hemácias são destruídas por glóbulos brancos e liberam a hemoglobina e outros produtos no plasma. Com isso, pode ocorrer desde uma pequena reação alérgica até lesões renais graves (causadas pelos produtos liberados) e morte. O mesmo ocorre se um indivíduo do grupo B ou do grupo AB doar sangue a um do grupo A, pois suas hemácias serão aglutinadas pelas aglutininas anti-B do plasma do receptor, ou se um indivíduo do grupo O receber doação de qualquer pessoa de grupo sanguíneo diferente do seu, visto que em seu plasma há tanto aglutinina anti-A como anti-B.

A pessoa portadora do tipo de sangue O não tem aglutinogênios A ou B nas hemácias. Por isso, dizemos que esse grupo é um doador universal, uma vez que seu sangue, na forma de concentrado de hemácias (melhor seria falar, portanto, em doador universal de hemácias), pode ser doado para pessoas com sangue A, B, AB ou O. Na prática, as pessoas recebem preferencialmente sangue do mesmo tipo que o seu. As hemácias de sangue tipo O devem ser usadas em pacientes de outro grupo sanguíneo apenas em situações de emergência.

De modo semelhante, pessoas do grupo AB, por não terem aglutininas anti-A ou anti-B no plasma, aceitam transfusões de hemácias de pessoas com sangue A, B, AB ou O, sendo chamadas receptores universais (ou receptores universais de hemácias).

 hemácias). Na resolução de problemas, é costume aceitar que o sangue O é um doador universal e o AB um receptor universal, ficando subentendido que se trata de uma transfusão de hemácias, e não de plasma. Veja abaixo o esquema de compatibilidade de grupos sanguíneos para a transfusão de hemácias:
Possibilidades de transfusão de hemácias.
O sentido das setas indica os possíveis doadores para cada grupo sanguíneo.

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