O incêndio no Pantanal está devastando a fazenda São Francisco do Perigara, santuário que concentra 15% da população livre da espécie de arara-azul Anodorhynchus hyacinthinus, ameaçada de extinção. A propriedade já perdeu 70% dos cerca de 25 mil hectares, quase tudo vegetação nativa. O motivo da concentração de araras na fazenda era a associação entre esses animais, o acuri (Attalea phalerata, tipo de palmeira que produz frutos com polpa) e os bois. Antes das queimadas era comum ver as araras perto dos bois para se alimentar. O gado vai para a mata, come a polpa do acuri e deixa o fruto disperso no chão, que é comido pelas araras-azuis. O incêndio está provocando um impacto enorme sobre a flora e a fauna do Pantanal e poderá comprometer a fertilidade do solo, com prejuízo à produção agrícola local e à produção das plantas forrageiras que alimentam o gado.
(Folha de S.Paulo, 17.08.2020. Adaptado.)
a) Cite a relação ecológica que ocorre entre o gado e as araras-azuis. Na teia alimentar da qual essas espécies fazem parte, qual é o nível trófico ocupado pelas araras-azuis?
b) O fogo interrompe drasticamente quase todas as etapas do ciclo do nitrogênio e, consequentemente, reduz a produção agrícola. Explique como o fogo interrompe as etapas do ciclo do nitrogênio e qual a relação disso com a baixa produção agrícola.
RESPOSTA:
a) O comensalismo é a relação ecológica existente
entre o gado e as araras-azuis. Como as araras azuis se alimentam dos frutos do acuri, elas
ocupam o segundo nível trófico na teia alimentar,
sendo consumidoras primárias (C1).
b) O fogo causa a morte de bactérias contidas no
solo, responsáveis, em especial, pela fixação do
nitrogênio, amonização e nitrificação, processos
essenciais ao ciclo do nitrogênio. Logo, a fixação
do nitrogênio atmosférico e a sua conversão em
nitritos e nitratos fica comprometida, empobrecendo o solo e interferindo negativamente na
produção agrícola.
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