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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Tuberculose

Causada pelo Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch), a tuberculose é transmitida pela inalação de ar contaminado. A transmissão ocorre quando se aspiram gotículas de catarro eliminadas pela tosse, espirro e fala de uma pessoa doente, ou quando se aspira poeira contaminada por essas gotículas.

Na maioria dos casos, a doença acomete apenas os pulmões, mas pode atingir também outros órgãos, como os rins, intestinos e ossos.

A penetração do bacilo de Koch em um organismo não significa obrigatoriamente que a doença vá manifestar-se. Muitas pessoas entram em contato com o bacilo em alguma fase da vida, mas, em geral, essa primeira infecção é assintomática e passa despercebida, porque o organismo consegue controlá-la. Às vezes, porém, a bactéria pode permanecer “adormecida”, iniciando o seu trabalho de destruição quando houver uma queda nas defesas naturais do organismo, causada por desnutrição, fadiga, alcoolismo ou outra doença. Nesse caso, o bacilo se reproduz, causando lesões na forma de pequenos nódulos arredondados (tubérculos), que podem aumentar até formar grandes cavidades (cavernas) nos pulmões. Os bacilos também podem cair na corrente sanguínea e se espalhar para outras partes do corpo.

Dependendo da resistência do organismo, a evolução da doença pode ser muito lenta ou rápida. Um grande problema, e também um grande perigo, é que os sintomas iniciais podem passar despercebidos ou, então, ser confundidos com os de uma gripe. Muitas vezes, só numa fase mais avançada da doença surgem tosse contínua com catarro, dor torácica, emagrecimento e febre. Com o desenvolvimento da doença, alguns vasos sanguíneos podem arrebentar, especialmente durante os acessos de tosse, e o doente, então, passa a eliminar sangue no escarro (hemoptise).

Medicamentos (antibióticos) associados ao repouso e à boa alimentação curam a tuberculose. Entretanto, para completa eliminação da doença na população, é importante que ela seja diagnosticada logo no início, por meio de radiografias periódicas dos pulmões, que mostram sombras anormais antes mesmo da manifestação dos sintomas. O diagnóstico é confirmado pelo encontro de bacilos da tuberculose no escarro. Muitos países controlam a tuberculose utilizando unidades móveis de raios X que visitam periodicamente as regiões de maior incidência.

Para diminuir a incidência da tuberculose, é fundamental a melhoria do padrão de vida das populações, em especial as mais carentes. A nutrição precária e as más condições de higiene na moradia facilitam o contágio e diminuem a resistência do organismo à doença. O leite também merece cuidados, devendo sempre ser pasteurizado ou fervido, pois algumas bactérias que causam a tuberculose no gado também podem atacar o homem.

Finalmente, a profilaxia da tuberculose também conta com a vacina BCG (iniciais de Bacilo de Calmette e Guérin).

Tracoma

Causada por clamídias, é uma doença oftálmica (dos olhos), caracterizada por uma ceratoconjuntivite (inflamação da córnea e conjuntiva), que, em certos casos, pode levar à cegueira.

Os sintomas iniciais são lacrimejamento, secreções mucopurulentas, irritação dos olhos e ceratite (inflamação da córnea).

A doença transmite-se mecanicamente, de olho a olho, por meio dos dedos e por toalhas de uso comum. Seu tratamento é feito com uso de sulfas e de antibióticos.

Tifo

Causada pela Rickettsia prowazeki e pela Rickettsia typhi, bactérias que têm como reservatórios naturais certos tipos de artrópodes, nos quais vivem, usualmente, sem produzir doença alguma. Quando transmitidas ao homem, são capazes de causar infecções caracterizadas por febre e exantema (erupções cutâneas). Na realidade, existem dois tipos de tifo: tifo epidêmico e tifo endêmico.

O tifo epidêmico ou tifo exantemático clássico é causado pela Rickettsia prowazeki, que é transmitida ao homem pela picada de piolhos. O piolho adquire o micro-organismo picando seres humanos infectados e o transmite pelas excreções fecais na superfície da pele de outra pessoa. Sempre que um piolho pica, ele, ao mesmo tempo, defeca. É ao coçar o local da picada que se propicia a penetração das riquétsias pela pele.

O tifo endêmico ou tifo murino é causado pela Rickettsia typhi, que é transmitida ao homem pela pulga do rato. As pulgas do rato carregam as riquétsias de um rato para outro e, algumas vezes, do rato para o homem. O tifo endêmico é de distribuição mundial, especialmente em áreas altamente infestadas pelos ratos, como os portos de mar.

Tétano

É causada pelo Clostridium tetani, também conhecido por bacilo de Nicolaier.

O bacilo do tétano pode ser encontrado sob a forma de esporo (uma forma de resistência) nos mais variados ambientes: pregos enferrujados, latas, água suja, galhos, espinhos e no solo, principalmente quando tratado com adubo animal, pois esse bacilo se faz presente nas fezes dos animais, principalmente nas dos cavalos.

Os esporos penetram em nosso organismo através de um ferimento na pele provocado por algum acidente, por queimaduras mal cuidadas, infecções dentárias e outros. Como o bacilo do tétano em sua forma vegetativa é anaeróbico estrito (não sobrevive em presença de O2), quanto mais profundo o ferimento, isto é, quanto mais livre do contato com o ar, maior a probabilidade de o bacilo proliferar.

A doença caracteriza-se por contrações e espasmos (contrações súbitas e involuntárias) dos músculos do rosto, da nuca, da parede do abdome e dos membros. Esses espasmos são resultantes da ação da toxina produzida pelo bacilo sobre o sistema nervoso. As convulsões provocam asfixia temporária, que pode evoluir para parada respiratória e, consequentemente, levar à morte.

No recém-nascido, o bacilo pode penetrar também pelo cordão umbilical, quando este é cortado com instrumentos não esterilizados ou quando se coloca estrume de vaca, fumo ou outras substâncias contaminadas no umbigo da criança, a título de “curativo”, hábito que infelizmente ainda é praticado em certas regiões, especialmente na zona rural.

Ferimentos profundos ou provocados por instrumentos perfurantes reque rem observação médica . Se o indivíduo ferido tiver sido vacinado contra o tétano, a aplicação de um reforço da vacina será suficiente para elevar a concentração de anticorpos ao nível adequado de proteção. Esse reforço não é necessário se a última vacinação ocorreu há menos de um ano. Evidentemente, são necessários também cuidados no tratamento da ferida: limpeza com água e sabão, retirada de corpos estranhos e uso de antissépticos.

Se o indivíduo não tiver sido vacinado, o tratamento é feito com o soro antitetânico e antibióticos, sob orientação médica. Posteriormente, será aplicada a vacina antitetânica.

Sífilis

É uma doença grave que, se não tratada, pode generalizar-se pelo organismo e atingir o sistema nervoso, os pulmões, o fígado, o coração e outros órgãos.

É causada pelo espiroqueta Treponema pallidum, transmitida, principalmente, pelo contato sexual. A sífilis, portanto, é mais uma doença do grupo das DSTs (doenças sexualmente transmissíveis). A transmissão também pode ocorrer por meio de transfusões sanguíneas e através da placenta (a mãe infectada pode transmitir a doença ao filho, durante a vida intrauterina). Neste último caso, a sífilis pode provocar aborto, lesões no fígado, nos ossos e no sistema nervoso do bebê, surdez ou mesmo parto de feto morto (natimorto).

A primeira manifestação da sífilis (fase primária da doença) ocorre cerca de duas ou três semanas após a infecção, quando o Treponema já se espalhou por todo o organismo: uma ferida de borda endurecida e normalmente indolor, chamada de “cancro duro”, aparece nos órgãos sexuais, na boca ou em outras partes do corpo. Essa ferida desaparece mesmo sem tratamento e, por isso, muitas vezes, o indivíduo não procura orientação médica.

Após um período que varia entre um e três meses desde o desaparecimento do “cancro duro”, surgem manchas avermelhadas por todo o corpo, dor de cabeça, feridas na boca e na garganta: é a fase secundária da doença.

Os sintomas da fase secundária também regridem depois de certo tempo, mas, caso não seja tratada, a doença entra na etapa em que passa a afetar diversos órgãos: é a fase terciária, que pode manifestar-se muitos anos depois da fase secundária.

Na fase terciária, o sistema nervoso central e o coração são os órgãos mais frequentemente atacados, e o resultado pode ser cegueira, insanidade mental, doenças cardíacas, paralisia e morte.

O diagnóstico da doença, no seu período inicial, pode ser feito pela descoberta direta do Treponema nas lesões da pele. Na sífilis mais adiantada, só o exame de sangue permite o diagnóstico conclusivo. Um dos exames muito utilizados é o teste conhecido por VDRL (venereal disease research laboratory). O tratamento da doença é feito com antibióticos, sempre sob orientação médica.