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sexta-feira, 15 de abril de 2022

Por que o trabalho de Mendel foi ignorado?

O trabalho de Mendel permaneceu ignorado pela comunidade científica por mais de trinta anos. É tão comum que trabalhos científicos não sejam imediatamente reconhecidos pela comunidade científica, que esse é um fato muito discutido em Filosofia e História da Ciência.

Para alguns, isso ocorreu porque as descobertas de Mendel foram ofuscadas pela polê- mica acerca do livro A origem das espécies, de Charles Darwin. Outros acham que os agrônomos da época estavam mais interessados em resultados práticos e na formação de híbridos entre espécies do que nas generalizações estatísticas de Mendel. E talvez os cientistas ainda não estivessem preparados para o uso da Estatística como Mendel fez.

O que é certo é que as descobertas em Citologia que dariam uma evidência física para a hereditariedade só ocorreram entre 1882 e 1903, e o trabalho de Mendel foi publicado em 1866.

Mendel tentou verificar se suas leis se aplicavam a uma planta do gênero Hieracium, mas os resultados foram contrários aos esperados, já que essa planta se reproduz assexuadamente, a partir de um tecido diploide no ovário.

Além disso, Mendel não explicou a transmissão de características com variação contínua, como a altura de indivíduos ou o peso das sementes de plantas. Somente depois da redescoberta de seus trabalhos é que outros cientistas mostraram como as leis de Mendel podiam ser aplicadas a esses casos.

Fontes de pesquisa: HENIG, R. M. O monge no jardim: o gênio esquecido e redescoberto de Gregor Mendel, o pai da Genética. Rio de Janeiro: Rocco, 2001; JANICK, J. Gregor Mendel. In: JANICK, J. (Ed.). Classic Papers in Horticultural Science. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1989. p. 406-416.

Caracteres hereditários e congênitos

A cor dos olhos, o tipo de nariz e algumas outras características do indivíduo resultam, principalmente, da influência dos genes e são transmitidas dos pais para os filhos. Por isso são chamadas hereditárias.

Algumas doenças, como o câncer, surgem por causa de alterações genéticas; são doenças genéticas. Em alguns casos, essas alterações podem ser herdadas, o que faz com que a pessoa tenha uma predisposição à doença. Em outros, elas aparecem ao longo da vida por causa de fatores mutagênicos que atingem células somáticas (radiações, certos produtos químicos, etc.). Nem toda doença genética, portanto, é hereditária.

Um caráter é congênito quando está presente por ocasião do nascimento – independentemente de sua causa ser genética ou ambiental. Por exemplo, se uma mulher adquirir rubéola durante a gravidez, o vírus pode atingir o embrião e provocar surdez na criança. Mas a surdez pode ser causada também por alterações em um gene que é transmitido dos pais para os filhos. Nesse caso, trata-se de uma surdez hereditária.

Podemos dizer, então, que a surdez provocada pelo ambiente (infecção) está copiando um tipo de caráter que, em outros indivíduos, é consequência de um gene. Assim, a surdez causada pela rubéola é classificada pelos geneticistas como uma fenocópia (fenótipo copiado).

Fonte: Biologia Hoje.

Aconselhamento genético

A avaliação dos riscos de um casal dar origem a um bebê com um problema genético é realizada por um médico geneticista, que também pode informar sobre a evolução, o tratamento e as opções para lidar com o problema. Esse profissional pode analisar o histórico familiar relacionado à doença e solicitar diversos exames, até mesmo exames de cromossomos e testes genéticos.

Um exemplo de caso que merece atenção no aconselhamento genético é o dos casamentos consanguíneos (casamento entre pessoas da mesma família). Suponha que um alelo recessivo a, raro na população, determine alguma doença. Poucas pessoas serão portadoras desse alelo, isto é, poucas pessoas terão genótipo Aa. Se esse indivíduo se unir a uma pessoa de outra família, esta pessoa, muito provavelmente, será AA, pois o alelo a, sendo raro, é encontrado em poucas famílias. Dessa união (Aa com AA) nascerão filhos sem o problema (AA ou Aa). Mas, se o indivíduo Aa se unir a um parente, a probabilidade de esse parente também ser Aa é maior do que no caso anterior, pois o alelo a está presente nessa família. A união de Aa com Aa terá probabilidade de 1/4 (25%) de filhos aa, portadores da doença.

Muitas vezes os genes apenas aumentam o risco da doença e a pessoa só precisa tomar certas precauções. Por exemplo, mulheres com propensão ao câncer de mama devem realizar exames periódicos com mais frequência.

A identificação de vários genes permitiu desenvolver testes genéticos para a detecção precoce de algumas doenças. Para as doenças tratáveis, esses testes são, sem dúvida, muito importantes. Outras vezes, porém, o teste acusa uma doença genética fatal, que ainda não tem cura e que só se manifesta após certa idade, como é o caso da doença de Huntington. Nessas situações, a decisão de realizar o teste pode ser muito difícil. Há ainda o problema de garantir a privacidade da pessoa e impedir que empresas discriminem candidatos a vagas por terem propensão a determinadas doenças. Os testes genéticos envolvem, portanto, aspectos sociais, jurídicos e éticos e devem ser discutidos por toda a sociedade.

Fonte: Biologia Hoje.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Questão de Biologia - UECE 2018.1 - No período reprodutivo das samambaias, formam-se pontinhos escuros, na superfície inferior das folhas,

No período reprodutivo das samambaias, formam-se pontinhos escuros, na superfície inferior das folhas, denominados soros. Esses soros são formados para a produção de 
A) esporos, pelos esporângios. 
B) anterozoides, pelos arquegônios. 
C) oosferas, pelos esporângios. 
D) esporos, pelos anterídios.

RESPOSTA:
Letra A.

Soros são estruturas presentes na superfície inferior das folhas de samambaias. São formados por células diplóides (2N) que, em conjunto, formam esporângios. Os esporângios apresentam células denominadas esporócitos que sofrerão meiose para formação de esporos (N).

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Síndrome mão-pé-boca (HFMD)

A síndrome mão-pé-boca é uma doença altamente contagiosa. É mais frequente em crianças de menos de cinco anos de idade, embora possa afetar adultos. Tem esse nome justamente porque as lesões que acarreta localizam-se nos pés, mãos e interior da garganta. Em nosso meio o agente etiológico mais frequente é o Coxsackievirus A16. Geralmente tem evolução autolimitada.

Transmissibilidade 
  • Os vírus que causam a doença podem ser encontrados em uma pessoa infectada: 
  • Secreções do nariz e garganta (como saliva, expectoração ou muco nasal). 
  • Fluido da bolha 
  • Fezes: como trocar fraldas de uma pessoa infectada, não lavar as mãos após uso do banheiro. 
  • Objetos e superfícies contaminados: como tocar nestes antes de lavar as mãos. 

A transmissão se dá pela via oral ou fecal, através do contato direto com secreções de via respiratória (saliva), feridas que se formam nas mãos e pés e pelo contato cm as fezes de pessoas infectadas ou então através de alimentos e de objetos contaminados. 

Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas.

Sinais e Sintomas:



O período de incubação é de 4 a 6 dias. 

Geralmente a doença inicia-se com febre (38°C a 38°C). Apesar de pouco frequente podem ocorrer casos sem febre. Um a dois dias após surgem aftas dolorosas e gânglios aumentados no pescoço. A seguir, surge nos pés e nas mãos suma infecção moderada sob a forma de pequenas bolhas não pruriginosas e não dolorosas, de cor acinzentada com base avermelhada. Essas lesões podem aparecer também na área da fralda (coxas e nádegas) e eventualmente podem coçar. Em geral, regridem juntamente com a febre, entre 5 e 7 dias, mas as bolhas na boca podem permanecer até quatro semanas. É comum que a criança também sofra de dores de cabeça e acentuada inapetência. 

Um a dois dias após o início da febre surge lesões característica na boca (Herpangina), geralmente começam como pequenas manchas vermelhas, que podem A maioria dos casos da SMPB ocorrem de forma benigna e autolimitada e as lesões regridem espontaneamente e sem cicatrizes.

Complicações: 
Nas crianças a desidratação é a complicação mais frequente em virtude da febre e da ingesta inadequada de líquidos, devido a dor para engolir. 

Outras complicações podem ocorrer, mas são raras, como meningite viral ou "asséptica", encefalite e ou encefalomielite e Paralisia Flácida Aguda. 

Diagnóstico: 
O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas, localização e aparência das lesões. Em alguns casos, os exames de fezes e a sorologia podem ajudar a identificar o tipo de vírus causador da infecção. 

Tratamento:
Não há tratamento específico, este deve ser sintomático. 

Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é sintomático com antitérmicos e analgésico. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.

Prevenção:
Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. 

É importante adotar medidas de prevenção e interrupção da cadeia de transmissão como:
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente ao lidar com a criança doente, principalmente depois de trocar fraldas.
  • Limpar e desinfetar superfícies tocadas com frequência e itens sujos, incluindo brinquedos. 
  • Evitar contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar utensílios com pessoas com problemas de mãos, pés e boca. 

Recomendações:
  • Nem sempre a infecção pelo vírus Coxsackie provoca todos os sintomas clássicos da síndrome. Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas; em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes; 
  • Deve-se evitar a Ingestão de alimentos ácidos, muito quentes e condimentados. Dê preferência a alimentos pastosos; 
  • Crianças devem ficar em casa, sem ir à escola, enquanto durar a infecção;

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.