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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Liquens

São associações entre um fungo (em geral, um ascomiceto) e uma alga (quase sempre uma clorofícea) ou uma cianobactéria.
Foto de um líquen (cerca de 15 cm de comprimento) e ilustração de sua estrutura
(aumento de cerca de mil vezes; cores fantasia; os elementos da figura não estão em escala).

O fungo produz um ácido que desagrega as rochas e, através de suas hifas, absorve água e sais minerais do solo e da água da chuva, fornecendo-os à alga. Esta fornece ao fungo matéria orgânica produzida na fotossíntese. Na associação com cianobactérias pode haver aproveitamento do nitrogênio do ar: as cianobactérias usam o gás nitrogênio para sintetizar compostos nitrogenados que poderão ser aproveitados também pelo fungo.

O fungo produz um ácido que desagrega as rochas e, através de suas hifas, absorve água e sais minerais do solo e da água da chuva, fornecendo-os à alga. Esta fornece ao fungo matéria orgânica produzida na fotossíntese. Na associação com cianobactérias pode haver aproveitamento do nitrogênio do ar: as cianobactérias usam o gás nitrogênio para sintetizar compostos nitrogenados que poderão ser aproveitados também pelo fungo.

A reprodução dos liquens é assexuada, feita por meio de pequenos fragmentos (sorédios), que podem ser levados a lugares distantes pelo vento.

Os liquens resistem a temperaturas extremas e à falta de água. São comumente encontrados em rochas expostas ao sol, no gelo, em desertos e em solos nus – onde frequentemente são os primeiros seres vivos a se instalar; por isso são chamados seres pioneiros. Assim, eles criam condições para que outros seres vivos se instalem no local, permitindo o desenvolvimento de uma comunidade (o processo é chamado sucessão ecológica). Muitas espécies de liquens também servem de indicação do grau de poluição do ar (bioindicadores), uma vez que absorvem facilmente as substâncias tóxicas, como metais pesados e dióxido de enxofre (um gás emitido na queima de combustíveis fósseis em veículos e indústrias). O desaparecimento de liquens em um ambiente indica que o ar do lugar está poluído.

Deuteromicetos

Alguns fungos, que não apresentam formas sexuadas (ou que, pelo menos, dos quais não se conhecem formas sexuadas), costumavam ser reunidos no grupo dos deuteromicetos (do grego dêuteron = secundário) – também chamado grupo dos fungos imperfeitos ou dos fungos conidiais, uma referência ao fato de produzirem esporos muito finos, os conídios (do grego konidion = pó fino). No entanto, análises moleculares têm feito com que alguns deles sejam remanejados para outros grupos, principalmente o dos ascomicetos, caso dos gêneros Penicillium e Aspergillus. Trata-se, portanto, de um grupo artificial, sem valor taxonômico.

Entre eles há muitos parasitas de vegetais e de animais (inclusive do ser humano), e que produzem micoses.

Tecido muscular liso

Formado por células fusiformes, mononucleadas, cujos núcleos ocupam posição central.

As células são pobres em mitocôndrias e em glicogênio, não possuem sistema T e o retículo sarcoplasmático é reduzido.

Suas miofibrilas de miosina e de actina são muito delgadas, o que explica o fato de serem pouco visíveis. Tais miofibrilas não se dispõem em feixes transversais, o que, por sua vez, explica a ausência de estrias transversais nessas células.

Apresentam coloração esbranquiçada (pouca ou nenhuma mioglobina) e contração lenta e involuntária, isto é, independente da vontade do indivíduo. A contração da musculatura lisa está sob o comando do SNA (Sistema Nervoso Autônomo). 

Suas fibras (células) se reúnem, dispostas paralelamente, formando feixes. Esses feixes constituem os chamados músculos lisos ou musculatura lisa. A musculatura lisa é encontrada nas paredes dos vasos sanguíneos (artérias, veias), do tubo digestório (esôfago, estômago, intestinos), da bexiga, das tubas uterinas (trompas de Falópio), do útero, etc. Os movimentos peristálticos (peristaltismos) do tubo digestório e das tubas uterinas, bem como a contração da bexiga e do útero, decorrem da atividade da musculatura lisa existente nesses órgãos.

No caso da bexiga, sua musculatura é lisa e, portanto, a sua contração é involuntária. Contudo, existe um esfíncter (músculo em forma de anel) de músculo estriado na saída do órgão, denominado esfíncter vesical, de contração voluntária, o qual controla a liberação da urina. A micção ocorre quando o esfíncter relaxa (pela vontade do indivíduo), e a bexiga, que já estava contraída, é auxiliada pela contração dos músculos abdominais. 

Pelo fato de estar presente em órgãos viscerais (estômago, intestinos, útero, etc.), o tecido muscular liso também é chamado de tecido muscular visceral.

Sinapse interneural (neuroneurônica)

É feita entre neurônios e, normalmente, ocorre entre o axônio de um neurônio e os dendritos de outro neurônio. As ramificações finais do axônio (telodendro) de um neurônio fazem conexão com dendritos de um outro neurônio. Por isso, essas sinapses também são chamadas de sinapses axônico-dendríticas ou axodendríticas.
Sinapse – Na sinapse axodendrítica, não há contato direto entre as terminações do axônio e os dendritos, mas apenas uma contiguidade (ficam lado a lado). Portanto, há entre essas ramificações um pequeno espaço, denominado fenda sináptica (espaço sináptico). Nas ramificações finais do axônio, existem pequenas vesículas (vesículas sinápticas) originadas do retículo endoplasmático, contendo em seu interior substâncias conhecidas por mediadores químicos ou neurotransmissores. Quando o impulso nervoso chega às extremidades finais do axônio, promove a entrada de íons Ca++, que estimulam a fusão das vesículas sinápticas com a membrana do axônio (membrana pré-sináptica), liberando rapidamente, no espaço sináptico, o neurotransmissor. O neurotransmissor liberado combina-se com receptores moleculares existentes na membrana plasmática dos dendritos do outro neurônio (membrana pós-sináptica), estimulando-o e gerando, assim, um novo impulso nervoso. O mediador químico, portanto, tem um papel fundamental na transmissão do impulso nervoso de uma célula para outra.

Os cientistas já identificaram diversas substâncias que atuam como mediadores químicos e, provavelmente, outras serão descobertas. Entre as já identificadas, destacam-se o glutamato (principal neurotransmissor excitatório do SNC), o GABA (ácido gama-aminobutírico, principal neurotransmissor inibitório do SNC), a acetilcolina, a adrenalina (epinefrina), a noradrenalina (norepinefrina), a dopamina e a serotonina. Na membrana dos dendritos (membrana pós-sináptica), existem enzimas que promovem a imediata degradação do neurotransmissor, eliminando, assim, a passagem contínua do impulso. Dessa maneira, a transmissão do impulso nervoso é rápida e prontamente interrompida. Isso se passa numa pequena fração de segundo. Para que haja nova transmissão, há necessidade de novo estímulo.

No caso do neurotransmissor ser a acetilcolina, a enzima que promove sua degradação é a colinesterase.

Muitas substâncias podem agir no organismo, inibindo a colinesterase, como é o caso de inseticidas e alguns gases de uso militar. Nesse caso, a acetilcolina não se decompõe, permanecendo no espaço sináptico e estimulando permanentemente os dendritos do outro neurônio. A condução do impulso nervoso torna-se, então, descoordenada, provocando espasmos (contrações súbitas e involuntárias dos músculos) e até a morte.

Outras substâncias, como o curare (veneno usado pelos índios nas suas flechas), atuam nas sinapses como competidor da acetilcolina, isto é, combinam-se com os receptores químicos da membrana pós-sináptica com os quais a acetilcolina deveria se combinar, impedindo, dessa maneira, que o neurotransmissor atue. Isso pode determinar a morte do indivíduo por asfixia, uma vez que os músculos respiratórios, não sendo estimulados, paralisam-se.

Células da glia (gliais) ou da neuróglia (gliócito)

São células menores que os neurônios, mas muito mais numerosas. No SNC, por exemplo, calcula-se que haja 10 células da glia para cada neurônio, mas, em virtude do menor tamanho das células da neuróglia, elas ocupam aproximadamente a metade do volume do tecido. Embora não façam condução de impulsos nervosos, são células que auxiliam e dão suporte ao funcionamento do tecido nervoso. Ao contrário dos neurônios, as células da neuróglia são capazes de multiplicação mitótica, mesmo no indivíduo adulto. Na neuróglia distinguimos os seguintes tipos de células: astrócitos, oligodendrócitos, células da micróglia e células ependimárias. Essas células diferem entre si em forma e função, cada uma desempenhando um papel diferente no tecido nervoso.
A) Astrócitos – São as maiores células da neuróglia e também apresentam um grande número de ramificações. Algumas de suas ramificações estão assentadas sobre as paredes de vasos sanguíneos. Contribuem para uma melhor difusão de nutrientes entre o sangue e os neurônios, fornecendo, assim, alimento à complexa e delicada rede de circuitos nervosos. Também participam dos processos de cicatrização do tecido nervoso, visto que, quando ocorre destruição de neurônios em algum ponto desse tecido, os astrócitos preenchem o espaço resultante.

B) Oligodendrócitos – São células com poucas ramificações. São responsáveis pela formação da bainha de mielina que envolve os axônios dos neurônios localizados no SNC (encéfalo e medula espinhal). No SNP, a formação da bainha de mielina deve-se a um tipo especial de oligodendrócito, denominado célula de Schwann.

C) Células da micróglia – São células macrofágicas especializadas em fagocitar detritos e restos celulares presentes no tecido nervoso. A micróglia origina-se de células do sangue da linhagem monócito-macrófago. Fazem parte do sistema mononuclear fagocitário (sistema retículo-endotelial).

D) Células ependimárias – Revestem as cavidades internas do encéfalo e da medula espinhal e estão em contato direto com o líquido cefalorraquidiano encontrado nessas cavidades.