PESQUISAR ESTE BLOG

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Caracteres hereditários e congênitos

A cor dos olhos, o tipo de nariz e algumas outras características do indivíduo resultam, principalmente, da influência dos genes e são transmitidas dos pais para os filhos. Por isso são chamadas hereditárias.

Algumas doenças, como o câncer, surgem por causa de alterações genéticas; são doenças genéticas. Em alguns casos, essas alterações podem ser herdadas, o que faz com que a pessoa tenha uma predisposição à doença. Em outros, elas aparecem ao longo da vida por causa de fatores mutagênicos que atingem células somáticas (radiações, certos produtos químicos, etc.). Nem toda doença genética, portanto, é hereditária.

Um caráter é congênito quando está presente por ocasião do nascimento – independentemente de sua causa ser genética ou ambiental. Por exemplo, se uma mulher adquirir rubéola durante a gravidez, o vírus pode atingir o embrião e provocar surdez na criança. Mas a surdez pode ser causada também por alterações em um gene que é transmitido dos pais para os filhos. Nesse caso, trata-se de uma surdez hereditária.

Podemos dizer, então, que a surdez provocada pelo ambiente (infecção) está copiando um tipo de caráter que, em outros indivíduos, é consequência de um gene. Assim, a surdez causada pela rubéola é classificada pelos geneticistas como uma fenocópia (fenótipo copiado).

Fonte: Biologia Hoje.

Aconselhamento genético

A avaliação dos riscos de um casal dar origem a um bebê com um problema genético é realizada por um médico geneticista, que também pode informar sobre a evolução, o tratamento e as opções para lidar com o problema. Esse profissional pode analisar o histórico familiar relacionado à doença e solicitar diversos exames, até mesmo exames de cromossomos e testes genéticos.

Um exemplo de caso que merece atenção no aconselhamento genético é o dos casamentos consanguíneos (casamento entre pessoas da mesma família). Suponha que um alelo recessivo a, raro na população, determine alguma doença. Poucas pessoas serão portadoras desse alelo, isto é, poucas pessoas terão genótipo Aa. Se esse indivíduo se unir a uma pessoa de outra família, esta pessoa, muito provavelmente, será AA, pois o alelo a, sendo raro, é encontrado em poucas famílias. Dessa união (Aa com AA) nascerão filhos sem o problema (AA ou Aa). Mas, se o indivíduo Aa se unir a um parente, a probabilidade de esse parente também ser Aa é maior do que no caso anterior, pois o alelo a está presente nessa família. A união de Aa com Aa terá probabilidade de 1/4 (25%) de filhos aa, portadores da doença.

Muitas vezes os genes apenas aumentam o risco da doença e a pessoa só precisa tomar certas precauções. Por exemplo, mulheres com propensão ao câncer de mama devem realizar exames periódicos com mais frequência.

A identificação de vários genes permitiu desenvolver testes genéticos para a detecção precoce de algumas doenças. Para as doenças tratáveis, esses testes são, sem dúvida, muito importantes. Outras vezes, porém, o teste acusa uma doença genética fatal, que ainda não tem cura e que só se manifesta após certa idade, como é o caso da doença de Huntington. Nessas situações, a decisão de realizar o teste pode ser muito difícil. Há ainda o problema de garantir a privacidade da pessoa e impedir que empresas discriminem candidatos a vagas por terem propensão a determinadas doenças. Os testes genéticos envolvem, portanto, aspectos sociais, jurídicos e éticos e devem ser discutidos por toda a sociedade.

Fonte: Biologia Hoje.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Questão de Biologia - UECE 2018.1 - No período reprodutivo das samambaias, formam-se pontinhos escuros, na superfície inferior das folhas,

No período reprodutivo das samambaias, formam-se pontinhos escuros, na superfície inferior das folhas, denominados soros. Esses soros são formados para a produção de 
A) esporos, pelos esporângios. 
B) anterozoides, pelos arquegônios. 
C) oosferas, pelos esporângios. 
D) esporos, pelos anterídios.

RESPOSTA:
Letra A.

Soros são estruturas presentes na superfície inferior das folhas de samambaias. São formados por células diplóides (2N) que, em conjunto, formam esporângios. Os esporângios apresentam células denominadas esporócitos que sofrerão meiose para formação de esporos (N).

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Síndrome mão-pé-boca (HFMD)

A síndrome mão-pé-boca é uma doença altamente contagiosa. É mais frequente em crianças de menos de cinco anos de idade, embora possa afetar adultos. Tem esse nome justamente porque as lesões que acarreta localizam-se nos pés, mãos e interior da garganta. Em nosso meio o agente etiológico mais frequente é o Coxsackievirus A16. Geralmente tem evolução autolimitada.

Transmissibilidade 
  • Os vírus que causam a doença podem ser encontrados em uma pessoa infectada: 
  • Secreções do nariz e garganta (como saliva, expectoração ou muco nasal). 
  • Fluido da bolha 
  • Fezes: como trocar fraldas de uma pessoa infectada, não lavar as mãos após uso do banheiro. 
  • Objetos e superfícies contaminados: como tocar nestes antes de lavar as mãos. 

A transmissão se dá pela via oral ou fecal, através do contato direto com secreções de via respiratória (saliva), feridas que se formam nas mãos e pés e pelo contato cm as fezes de pessoas infectadas ou então através de alimentos e de objetos contaminados. 

Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas.

Sinais e Sintomas:



O período de incubação é de 4 a 6 dias. 

Geralmente a doença inicia-se com febre (38°C a 38°C). Apesar de pouco frequente podem ocorrer casos sem febre. Um a dois dias após surgem aftas dolorosas e gânglios aumentados no pescoço. A seguir, surge nos pés e nas mãos suma infecção moderada sob a forma de pequenas bolhas não pruriginosas e não dolorosas, de cor acinzentada com base avermelhada. Essas lesões podem aparecer também na área da fralda (coxas e nádegas) e eventualmente podem coçar. Em geral, regridem juntamente com a febre, entre 5 e 7 dias, mas as bolhas na boca podem permanecer até quatro semanas. É comum que a criança também sofra de dores de cabeça e acentuada inapetência. 

Um a dois dias após o início da febre surge lesões característica na boca (Herpangina), geralmente começam como pequenas manchas vermelhas, que podem A maioria dos casos da SMPB ocorrem de forma benigna e autolimitada e as lesões regridem espontaneamente e sem cicatrizes.

Complicações: 
Nas crianças a desidratação é a complicação mais frequente em virtude da febre e da ingesta inadequada de líquidos, devido a dor para engolir. 

Outras complicações podem ocorrer, mas são raras, como meningite viral ou "asséptica", encefalite e ou encefalomielite e Paralisia Flácida Aguda. 

Diagnóstico: 
O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas, localização e aparência das lesões. Em alguns casos, os exames de fezes e a sorologia podem ajudar a identificar o tipo de vírus causador da infecção. 

Tratamento:
Não há tratamento específico, este deve ser sintomático. 

Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é sintomático com antitérmicos e analgésico. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.

Prevenção:
Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. 

É importante adotar medidas de prevenção e interrupção da cadeia de transmissão como:
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente ao lidar com a criança doente, principalmente depois de trocar fraldas.
  • Limpar e desinfetar superfícies tocadas com frequência e itens sujos, incluindo brinquedos. 
  • Evitar contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar utensílios com pessoas com problemas de mãos, pés e boca. 

Recomendações:
  • Nem sempre a infecção pelo vírus Coxsackie provoca todos os sintomas clássicos da síndrome. Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas; em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes; 
  • Deve-se evitar a Ingestão de alimentos ácidos, muito quentes e condimentados. Dê preferência a alimentos pastosos; 
  • Crianças devem ficar em casa, sem ir à escola, enquanto durar a infecção;

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

A avaliação das teorias científicas

A avaliação das teorias científicas Para muitos autores, vários fatores devem ser levados em conta nessa avaliação, como a capacidade que uma teoria tem de explicar fatos ou leis diferentes daqueles para os quais foi construída; de permitir a dedução de novas previsões que possam ser testadas em experimentos; de unificar fenômenos que, aparentemente, não tinham relação entre si; de orientar a pesquisa científica de forma produtiva; de resolver o maior número possível de problemas (teóricos e experimentais); etc. Essas características nem sempre são suficientes para levar a uma decisão unânime por parte da comunidade científica e, por isso, vários filósofos defendem a concepção de que fatores psicológicos e sociais também influenciam a avaliação das teorias.

O filósofo Thomas Kuhn (1922-1996) faz uso do conceito de paradigma para explicar as mudanças em que teorias científicas bem abrangentes são substituídas por outras. Em sentido amplo, um paradigma é formado por uma teoria, pelo método de pesquisa e por ideias filosóficas dominantes no momento. Uma parte importante do paradigma são novas descobertas e realizações, como as três leis de Newton e as equações de Maxwell para o Eletromagnetismo, e o modo como elas são usadas para resolver problemas específicos. A aplicação dessas teorias na solução de problemas importantes em conjunto com as novas técnicas experimentais e matemáticas são chamadas de exemplares ou de paradigmas, no sentido estrito do termo. Os exemplares orientam o trabalho dos cientistas, sugerindo um novo modo de investigar o mundo, e são fundamentais também para a aprendizagem dos estudantes.

O paradigma determina para os pesquisadores que tipo de leis são válidas; que tipo de questões devem ser levantadas e investigadas; que tipo de soluções devem ser propostas; que métodos de pesquisa devem ser usados; e que tipo de constituintes formam o mundo (átomos, oxigênio, flogisto, etc.).

Kuhn indica cinco “valores” importantes para a avaliação de teorias ou paradigmas: exatidão (previsões exatas, concordando com os resultados experimentais); consistência (uma teoria sem contradições internas); alcance (capacidade de explicar um amplo número de fatos); simplicidade (capacidade de unificar fenômenos); fecundidade (capacidade de sugerir novas descobertas e orientar a pesquisa científica).

Para Kuhn, os valores mencionados acima não são suficientes para forçar uma decisão unânime por parte da comunidade científica. Isso porque alguns valores podem ser interpretados de diferentes maneiras, provocando discordâncias entre os pesquisadores, por exemplo, sobre qual das teorias seria, de fato, a mais simples. Além disso, um valor pode se opor a outro. Por isso, Kuhn conclui que fatores psicológicos e sociais necessariamente influenciam a escolha da melhor teoria.

Fontes de pesquisa: CHALMERS, A. A fabricação da ciência. São Paulo: Unesp, 1994; DUTRA, L. H. de A. Introdução à teoria da ciência. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 2003; FRENCH, S. Ciência: conceitos-chave em Filosofia. Porto Alegre: Artmed, 2009; KNELLER, G. F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; São Paulo: Edusp, 1980; KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1989; ______. O caminho desde a estrutura: ensaios filosóficos, 1970-1993, com uma entrevista autobiográfica. São Paulo: Unesp, 2006; OLIVA, A. Filosofia da ciência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003