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sexta-feira, 8 de abril de 2022

Needham versus Spallanzani

A teoria da geração espontânea perdeu credibilidade com os experimentos de Redi, mas voltou a ser utilizada para explicar a origem dos seres microscópicos, ou microrganismos, descobertos em meados do século XVII pelo holandês Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723).

Essa teoria parecia realmente adequada para explicar a origem dos microrganismos, pois era difícil imaginar que seres aparentemente tão simples, presentes em quase todos os lugares, pudessem surgir por meio da reprodução. Muitos estudiosos, porém, estavam convencidos de que a geração espontânea não ocorria nem para seres grandes nem para seres microscópicos.
A. Desenhos de seres microscópicos, popularmente chamados de micróbios, realizados por Leeuwenhoek em 1683. B. Retrato de Antonie van Leeuwenhoek, filósofo natural e zoologista, em Delft, c. 1680, de Jan Verkolje. (Óleo sobre tela, 56 # 47,5 cm. Museu Boerhaave, Holanda.)

Em 1745, o inglês John Needham (1713-1781) realizou o seguinte experimento: distribuiu caldo nutritivo em diversos frascos, que foram fervidos por 30 minutos e imediatamente fechados com rolhas de cortiça. Depois de alguns dias, os caldos estavam repletos de seres microscópicos. Assumindo que a fervura eliminara todos os seres eventualmente existentes no caldo original e que nenhum ser vivo poderia ter penetrado através das rolhas, Needham argumentou que só havia uma explicação para a presença de microrganismos nos frascos: eles haviam surgido por geração espontânea.

O padre e pesquisador italiano Lazzaro Spallanzani (1729-1799) refez os experimentos de Needham. Ele preparou oito frascos com caldos nutritivos previamente fervidos: quatro deles foram fechados com rolhas de cortiça, como fizera Needham, e os outros quatro tiveram os gargalos derretidos no fogo, de forma a adquirirem uma vedação hermética. Além disso, os frascos foram fervidos durante longo tempo. Após alguns dias, microrganismos haviam surgido nos frascos arrolhados com cortiça, mas não nos frascos cujos gargalos tinham sido hermeticamente fechados no fogo. Spallanzani concluiu que a vedação ou o tempo curto de fervura utilizados por Needham, ou ambos, haviam sido incapazes de impedir a contaminação do caldo.

Em resposta a Spallanzani, Needham alegou que, devido à fervura prolongada, o caldo poderia ter perdido sua “força vital”, um princípio imaterial que seria indispensável ao surgimento de vida. Spallanzani, então, quebrou os gargalos fundidos de alguns frascos, que ainda se mantinham livres de microrganismos, expondo seu conteúdo ao ar. Em pouco tempo, eles ficaram repletos de microrganismos, mostrando que a fervura prolongada não havia destruído a “força vital” do caldo. Needham contra-argumentou mais uma vez, sugerindo a hipótese de que o princípio ativo, embora deteriorado pelo longo tempo de fervura, se restabelecera com a entrada de ar fresco, permitindo que os microrganismos surgissem espontaneamente. Dessa vez, Spallanzani não conseguiu elaborar um experimento para descartar o contra-argumento de Needham, e a controvérsia não foi resolvida.

Fonte: Biologia Hoje.

O experimento de Redi

Um dos primeiros experimentos científicos sobre a origem de seres vivos foi realizado em meados do século XVII pelo médico italiano Francesco Redi (1626-1697). Na época, muitos acreditavam que os seres vermiformes sempre vistos em cadáveres de pessoas e de animais surgiam por transformação espontânea da carne em putrefação. Redi não concordava com essa ideia e formulou a hipótese de que esses “vermes” eram estágios imaturos, ou larvas, do ciclo de vida de moscas. Redi acreditava que as larvas nasciam dos ovos colocados por moscas na carne, e não por geração espontânea.

Em seu livro intitulado Experimentos sobre a geração de insetos (em latim, Experimenta circa generationem insectorum), Redi conta como teve a ideia de que os seres vermiformes presentes nos cadáveres eram parte do ciclo de vida de moscas. Ao ler o poema épico Ilíada, datado do século IX ou VIII a.C., cuja autoria é atribuída ao grego Homero, o médico italiano se perguntou por que, no canto XIX da Ilíada, Aquiles teme que o corpo de Pátrocles se torne presa das moscas. Por que, questiona Redi, Aquiles pede a Tétis que proteja o corpo contra os insetos que poderiam dar origem a vermes e corromper a carne do morto? Redi concluiu que os antigos gregos já sabiam que as larvas encontradas nos cadáveres se originavam de moscas que pousavam sobre eles e ali depositavam seus ovos.
Representação do experimento de Redi, que descartou a hipótese da geração espontânea dos “vermes” (larvas) que surgem na carne em putrefação.
No frasco à esquerda, tapado com gaze, não surgiram larvas. No frasco à direita, no qual as moscas puderam entrar, apareceram larvas, que se alimentavam da carne.

Seguindo os procedimentos da ciência moderna, Redi raciocinou que, se os seres vermiformes realmente surgem a partir de ovos colocados por moscas – essa é a hipótese –, então eles não aparecerão se impedirmos que moscas pousem na carne – essa é uma dedução a partir da hipótese. Para testar sua hipótese, Redi realizou o seguinte experimento: distribuiu animais mortos em diversos frascos de boca larga, vedando alguns deles com uma gaze muito fina e deixando outros abertos. Nestes últimos, nos quais as moscas podiam entrar e sair livremente, logo surgiram seres vermiformes. Nos frascos tapados com gaze, que impedia a entrada das moscas, não apareceu nenhum “verme”, mesmo passados muitos dias. Desse modo, a dedução a partir da hipótese foi confirmada e a hipótese, aceita.

Fonte: Biologia Hoje.

A teoria do big bang ou teoria da grande explosão

Os avanços da Cosmologia e da Física, no início do século XX, levaram à formulação de uma nova explicação científica para a origem do universo: a teoria do big bang ou, traduzindo a expressão em inglês, teoria da grande explosão. Atualmente bastante aceita pela comunidade científica, essa teoria propõe que o universo tenha se originado de um ponto extremamente compacto, de densidade infinita, que, por razões ainda desconhecidas, explodiu há cerca de 13,8 bilhões de anos e se expandiu de modo violento. Segundo essa teoria, o universo continua em expansão até hoje. Nessa “explosão” primordial, denominada big bang, teriam surgido simultaneamente o espaço, o tempo, a energia e a matéria que compõem o universo.

Tudo indica que, imediatamente após o big bang, a temperatura era tão elevada que impossibilitava a existência da matéria como hoje a conhecemos. Entretanto, a rápida expansão do universo fez a temperatura diminuir; ao fim do primeiro minuto, teriam surgido núcleos atômicos do elemento químico mais simples, o hidrogênio, além de núcleos de hélio e pequenas quantidades de núcleos de lítio. Átomos propriamente ditos só se formariam mais tarde, quase 400 mil anos depois do big bang.

Quando o universo completou algumas centenas de milhões de anos, começaram a surgir as primeiras estrelas, corpos celestes de grandes dimensões, formadas basicamente por átomos de hidrogênio e de hélio. Ao mesmo tempo a atração gravitacional levou à formação de conjuntos de estrelas e de matéria cósmica, as primeiras galáxias.

Fonte: Biologia Hoje.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Ciclo vital

O ser humano nasce, cresce, reproduz-se, envelhece e morre. Nascimento, crescimento, reprodução, envelhecimento e morte constituem o ciclo vital, que é uma característica geral não apenas dos seres humanos, mas de todos os seres vivos. Veja na figura abaixo um exemplo de um ciclo de vida:










Como definir a vida?

    Vida, do latim vita, pode ser entendida como o conjunto de características que mantém os seres em constante atividade. Esses seres que se mantêm em constante atividade são os seres vivos.
    Identificar a vida em muitos seres pode parecer simples, mas o que dizer de seres como bactérias ou amebas? É necessário, nesses casos, identificar as características que mantêm esses seres em atividade, para podermos afirmar que são seres vivos.
    Os seres vivos possuem algumas características em comum. Dentre elas, o ciclo vital, a organização celular, o crescimento, o metabolismo, o movimento, a reprodução, a evolução e a composição química da célula.