PESQUISAR ESTE BLOG

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Problemas legais e éticos nos testes genéticos

Nos Estados Unidos são realizados cerca de 4 milhões de testes genéticos por ano, que ajudam a diagnosticar e a tratar doenças como a anemia falciforme, a fenilcetonúria e as doenças da glândula tireóidea desde o nascimento.

Em alguns casos, os testes indicam apenas uma predisposição a certas doenças, como o câncer de mama.

Nesses casos, os indivíduos herdam genes que aumentam a propensão para a doença, mas isso não quer dizer que ela obrigatoriamente se desenvolverá. Sabendo dessa predisposição, a pessoa poderia evitar os fatores ambientais que causam a doença, adotar hábitos que minimizam seus efeito ou tomar medicamentos preventivos.

Por exemplo, um indivíduo propenso a ter câncer de pulmão não deveria se expor a fatores cancerígenos, como o cigarro, e poderia fazer exames periódicos para diagnosticar precocemente a doença, se ela aparecesse.

Mas e quando o teste indica uma doença séria que poderá se desenvolver no futuro e para a qual ainda não há prevenção nem tratamento? Será que a pessoa deve saber que terá a doença? Essa é uma escolha individual difícil, será que todos estariam preparados para saber disso?

Empresas teriam o direito de realizar testes em seus funcionários ou em candidatos a um emprego para procurar doenças que poderão desenvolver-se no futuro? Companhias de seguro poderiam fazer testes para aprovar ou rejeitar pedidos de seguro saúde? Nos Estados Unidos uma empresa foi proibida de realizar exames de sangue nos funcionários, pois estava fazendo testes para ver se eles possuíam tendências a certas doenças musculares.

Fonte: Biologia Hoje.

Genes e comportamento

Não é correto dizer que os genes determinam um comportamento: eles podem representar, em certos casos, uma entre outras influências, agindo sempre em interação com o ambiente e a cultura. Os genes, portanto, poderiam conferir, juntamente com outros fatores, apenas um potencial para certos comportamentos.

Se podemos afirmar que no caso de características físicas, como a altura, por exemplo, o grau de influência dos genes pode chegar a 90%, em características de personalidade, a interferência genética é muito mais difícil de ser avaliada. Nesse caso, o ambiente, sob a forma de estímulos externos, ou o próprio esforço da pessoa pode mudar bastante o resultado final. Isso acontece porque temos uma grande capacidade de aprender e de mudar nosso comportamento de acordo com as experiências pelas quais passamos ao longo da vida.

Além disso, o fato de uma característica ser influenciada geneticamente não significa que ela seja, por isso, boa ou má, ou que não possa ser mudada. Suponhamos, por exemplo, que houvesse tendência genética para agir agressivamente com pessoas estranhas e que essa tendência tivesse sido vantajosa para a sobrevivência da espécie nas sociedades pré-históricas. Isso não quer dizer que ela deva ser mantida nem que não possa ser modificada.

Em resumo, o máximo que se pode dizer é que os genes são capazes de influenciar certos comportamentos, mas não de determiná-los. O comportamento humano depende de uma série de fatores culturais e sociais, como indicam os estudos em Psicologia e Sociologia. Esses estudos nos ajudam também a promover a cooperação e outros comportamentos necessários para uma vida harmoniosa em sociedade. Respeitar e valorizar as diferenças entre as pessoa é fundamental para construir uma sociedade mais justa. Cabe a todos nós combater a violência e a intolerância baseadas na discriminação.

Fonte: Biologia Hoje.

A descoberta das enzimas de restrição

Na década de 1960, os cientistas perceberam que recombinações do DNA ocorriam naturalmente no organismo, em alguns casos específicos, como quando rupturas no DNA por radiação ultravioleta eram reparadas. Começava então uma busca pela enzima capaz de promover esse “conserto”.

Em 1967, o pesquisador de origem tcheca Martin Gellert (1929-) e outros três grupos de pesquisadores, independentemente, purificaram a enzima DNA-ligase.

Em 1968, o microbiologista suíço Werner Arber (1929-), o químico estadunidense Daniel Nathans (1928-1999) e o médico estadunidense Hamilton Smith (1931-) descobriram as enzimas de restrição.

Em 1973, os estadunidenses Stanley Cohen (1935-) e Herbert Boyer (1936-) tentavam compreender como os plasmídeos podiam tornar as bactérias resistentes a antibióticos. Em conjunto com outros pesquisadores, eles usam a enzima de restrição EcoRI para cortar o DNA de dois plasmídeos, cada um capaz de conferir resistência a um antibiótico. Após unir os plasmídeos a outro DNA, com auxílio da DNA-ligase, introduzem a nova molécula na bactéria Escherichia coli e conseguem, com isso, uma bactéria resistente aos dois antibióticos.

Estava aberta a porta para as pesquisas com DNA recombinante e para a produção da primeira proteína humana produzida por essa técnica, a insulina, em 1973. Em 1974, camundongos transgênicos foram produzidos e em 1994 começava a comercialização dos alimentos transgênicos.

Fonte: Biologia Hoje.