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segunda-feira, 11 de abril de 2022

Príons

Os príons (sigla da expressão inglesa proteinaceous infectious particles; partículas infecciosas de proteína) são uma forma alterada de uma proteína presente na membrana das células nervosas do cérebro de animais vertebrados. Essa alteração pode ocorrer por causa de uma mutação no gene que codifica a proteína normal. Como são menos solúveis, as proteínas alteradas depositam-se nas células nervosas e provocam a sua morte. Com isso, o indivíduo perde o controle motor, apresenta demência e morre.

O gene mutante que codifica o príon pode ser herdado e essa doença é conhecida como doença de Creutzfeldt-Jakob (em homenagem aos dois pesquisadores alemães que a descobriram). O príon também pode ser adquirido, por exemplo, quando uma pessoa recebe um transplante de um portador que ainda não tenha manifestado a doença. Então, ele se com bina às proteínas normais, altera sua forma e produz cópias de si mesmo, em uma reação em cadeia que destrói as células nervosas.

Entre a metade dos anos 1980 e 1990, o príon foi responsável pela doença da vaca louca, nome popular para a encefalopatia espongiforme bovina (o cérebro do animal fica cheio de buracos, como uma esponja). A doença acometeu rebanhos da Inglaterra e provocou grandes prejuízos à economia daquele país.

A epidemia começou pela contaminação de farinhas alimentícias feitas com restos de ovelhas contaminadas por uma forma de príon que ataca esses animais. Há evidências de que algumas pessoas podem ter adquirido a doença comendo carne contaminada, o que significa que o príon poderia passar de uma espécie para outra.

Fonte: Biologia Hoje.

O cariótipo e a evolução humana

A comparação entre o DNA humano e o do chimpanzé aponta uma origem evolutiva a partir de um ancestral comum. A separação deve ter ocorrido entre 6 ou 5 milhões de anos atrás.

As semelhanças aparecem também nos cromossomos quando estes são tratados com corantes que produzem bandas escuras nas regiões ricas em adenina e timina (nucleotídeos que fazem parte do DNA). O padrão de bandas é típico de cada cromossomo e permite que este seja identificado.

No entanto, análises do cariótipo mostram que o ser humano tem 46 cromossomos (23 pares), e os grandes símios (gorila, orangotango, chimpanzé) têm 48 (24 pares). Como explicar o par de cromossomos a menos de nossa espécie?

Os cromossomos 2A e 2B do chimpanzé são semelhantes às duas metades do cromossomo humano 2, que pode ter surgido da fusão entre dois cromossomos do ancestral de chimpanzés e humanos, o que explicaria o par de cromossomos a menos nos humanos.

Análises genéticas confirmam a hipótese de fusão, mostrando que no meio do nosso cromossomo 2 há regiões de DNA que correspondem ao centrômero do cromossomo número 2B do chimpanzé, inativado no cromossomo humano. As análises mostram ainda que no meio do cromossomo 2, há regiões que correspondem aos telômeros dos cromossomos do chimpanzé.

Fontes de pesquisa: Hillier, L. W. et al. Generation and annotation of the DNA sequences of human chromosomes 2 and 4. Nature, vol. 434, p. 724-31, 2005; Yunis, J. J.; Prakash, O. The origin of man: a chromosomal pictorial legacy. Science, vol. 215, p. 1 525-30, 1982.

A divisão celular e os telômeros

Na ponta dos cromossomos há pequenos fragmentos de proteína e material genético chamados telômeros. Esse material genético é formado por uma sequência específica de nucleotídeos (TTAGGG, nos vertebrados), repetida muitas vezes.

Os telômeros protegem o cromossomo contra danos e permitem que a duplicação do DNA ocorra corretamente. Cada vez que uma célula se divide, os telômeros tornam-se ligeiramente mais curtos. Nas células germinativas, que originam gametas, e em algumas outras células do corpo que se dividem rapidamente, como as células-tronco, uma enzima, a telomerase, reconstitui as partes que vão sendo perdidas. Na maioria das células adultas, porém, a enzima está inativa e, caso os telômeros se percam totalmente, a célula perde a capacidade de divisão e pode morrer. Por isso, supõe-se que a diminuição dos telômeros possa estar relacionada com o número máximo de divisões que uma célula pode sofrer e com sua longevidade.

A telomerase está presente também na maioria das células cancerosas, que não morrem e passam a crescer de forma descontrolada. Assim, o estudo dos telômeros pode contribuir para o tratamento do câncer e para problemas derivados do envelhecimento do corpo.

Fontes de pesquisa: CANO, M. I. N. A vida nas “pontas” dos cromossomos. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, v. 39, n. 229, p. 16-23, ago. 2006.

SINCLAIR, D. A.; GUARENTE, L. Desvendando os segredos dos genes da longevidade. Scientific American Brasil, ano 4, n. 47, p. 40-7, abr. 2006

Hermafroditismo na espécie humana

 Indivíduos hermafroditas são muito raros na espécie humana.

Apresentam testículos e ovários separados ou uma gônada mista (ovoteste). No pseudo-hermafroditismo, o indivíduo apresenta gônadas de um sexo, mas órgãos genitais ambíguos ou do sexo oposto. No pseudo-hermafroditismo feminino, a glândula suprarrenal do embrião feminino produz hormônios masculinos, talvez por causas genéticas. O indivíduo passa a apresentar ovários e órgãos genitais ambíguos. Há, por exemplo, desenvolvimento maior do clitóris, que pode ser confundido com um pênis. No caso masculino, o indivíduo possui testículos dentro do abdome e uma vagina fechada no fundo, não apresentando útero nem ovário.

O problema pode ser genético, provocando falhas nos receptores das células que respondem aos hormônios sexuais. Em certos casos, cirurgias ou tratamentos hormonais podem corrigir as malformações dos órgãos genitais.

Fonte: Biologia Hoje. 

Contracepção de emergência

Depois de uma relação sexual em que não se usou nenhum método anticoncepcional, mas não se deseja engravidar, deve-se consultar o médico o quanto antes. Ele poderá indicar a chamada “pílula do dia seguinte”, que funciona como anticoncepcional de emergência.

Essa pílula pode ser utilizada até 72 horas depois de uma relação sexual sem proteção ou quando, durante a relação, ocorrer algum problema com o método anticoncepcional (ruptura da camisinha, por exemplo). Quanto menor o tempo decorrido desde a relação sexual, maior a eficácia.

Os comprimidos da pílula do dia seguinte contêm altas doses de hormônios semelhantes aos da pílula anticoncepcional, mas nem sempre ela dá resultado, além de poder causar efeitos colaterais (irregularidade no ciclo menstrual, dor de cabeça, tontura, náuseas e vômitos) e não ser eficaz se o embrião já estiver implantado no útero.

Por isso, não pode ser usada como método regular de anticoncepção, em substituição a outros métodos (também porque ela perde a eficácia com o uso regular). Além disso, deve sempre ser receitada por ginecologista, que vai orientar o seu uso e observar os possíveis efeitos colaterais.

Outro inconveniente para algumas pessoas é que, por julgarem que o óvulo fecundado já representa um indivíduo, elas consideram que essa pílula provoca um aborto. Para a Medicina, entretanto, o aborto só ocorre a partir do momento em que o embrião se fixa no útero, quando, então, começa a gravidez.

Fonte: Biologia Hoje.